A 1ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar e apurar contratos de empreiteiras que prestam serviços ao município de Mariana foi realizada no dia 26 de maio.
Integrantes da Comissão, Pedrinho Salete, José Sales e Marcelo Macedo, presidiram a reunião com a presença do informante, o vereador Manoel Douglas.
Com a intenção de inicialmente esclarecer os fatos para então dar início às investigações, o presidente da Comissão, Pedrinho Salete, realizou algumas perguntas ao edil Manoel a fim de obter esclarecimentos sobre as apurações feitas pelo mesmo envolvendo as irregularidades de pagamentos realizados às empreiteiras. O vereador Marcelo Macedo também questionou o vereador Manoel Douglas sobre a pressão sofrida e relatada pelo mesmo em plenário, onde o mesmo afirmou ter participado de uma reunião realizada no gabinete do prefeito onde o requerimento em questão havia sido mencionado. “Na verdade naquele momento eu entendi que ele queria dar acesso livre para que mandasse o ofício para talvez evitar desgaste com a Câmara e por isso eu relatei que o prefeito preferia me responder via ofício, e em algum momento deu a entender que as empresas estavam preocupadas. E se não estivessem preocupados não estariam procurando e não aconteceriam todos os fatos que já foram relatados. O prefeito mostrou que não estava preocupado, a preocupação que percebi foi demonstrada com a gestão anterior e o dono da empresa” relatou.
Questionado pelo edil Pedrinho Salete se houve o pedido para que fosse retirado o requerimento para abertura da CPI, o vereador Manoel é categórico e responde que sim. “Sim. Acho que quando ele cita que responderá via ofício, certamente seria para a retirada do requerimento” afirma vereador Manoel Douglas.
Quando perguntado pelo vereador José Sales, se houve ameaça por parte do executivo e pelos responsáveis pelas empresas em questão, o edil responde “não posso dizer que pressão direta de alguém, mas quando pessoas do Governo me procura, e quando a gente vê como foi relatado das empresas querendo pressionar os vereadores, foi um pouco de pressão sim. Que foi da empresa GMP que protocolou aqui nessa Casa e os vereadores que assinaram a CPI que me causou muita estranheza nesse momento. Então alguns atos eu considero com uma forma de querer me intimidar como foi o protocolo citado da GMP”.
O vereador Marcelo Macedo, não convencido com a explicação sobre a pressão sofrida pelo vereador Manoel, pediu que o edil fosse mais claro quanto as ameaças e pressões sofridas. “Houve pessoas ligadas ao governo tentando intimidar vossa excelência?” perguntou Macedo. Preto por sua vez explicou que “eu solicitei o primeiro requerimento e em seguida tiveram pessoas que me procuraram, inclusive o vereador Tikim (Gilberto Mateus) e o vereador Pedrinho, que também esteve no meu gabinete. Isso já foi citado na comissão mas nenhum momento teve questão de ameaça. Mas como o Senhor vice-presidente está querendo saber para entender melhor, no dia 16 de março eu fui procurado pelo vereador Pedrinho e pelo vereador Tikin. Os dois estiveram no meu gabinete para falar sobre essa situação. Não digo que eles estavam defendendo a empresa, eu entendi a situação, que parece que no entendimento deles eu queria prejudicar a empresa”. O vereador Manoel não deixa claro se a pergunta feita por Marcelo e citada por ele como resposta, acusa os vereadores Pedrinho Salete e Tikim Mateus, como as pessoas que o estariam pressionando.
A notícia da reunião realizada entre o denunciante e o presidente nomeado para CPI, Pedrinho Salete, causou grande repercussão nas redes sociais, onde formadores de opinião na cidade questionam a permanência do mesmo na CPI.
Nossa equipe de reportagem ouviu as partes envolvidas. O presidente da Câmara, Ronaldo Bento, afirmou que não tinha conhecimento dos nomes das pessoas que participaram dessa reunião e que espera que os membros da CPI averiguem o caso. Pedrinho Salete afirmou que a reunião realizada no gabinete não tinha relação com a empresa investigada e que o encontro com o dono da empreiteira foi coincidência. O procurador da Câmara, Corjesus Quirino, também foi procurado para um parecer jurídico da Câmara, mas até o fechamento desta edição não obtivemos retorno. Os vereadores Tikim e Pedrinho Salete negaram conversa no teor de ameaça com Manoel Douglas. O prefeito interino, Juliano Duarte não deu retorno aos questionamentos feitos por nossa redação. O proprietário da empresa mencionada e investigada, GMP, não deu retorno às ligações.
No fechamento da edição, o vereador Preto do Cabanas, confirmou que os nomes citados são os mesmo que estão na ocorrência policial e no que foi encaminhado para o Ministério Público.