Em meio ao caos das notificações digitais, da agenda atribulada das famílias e do cansaço mental que ronda crianças e adolescentes, uma pergunta se repete em muitos lares: por que é tão difícil fazer os filhos estudarem em casa? A resposta, segundo o neuroeducador Carlos Pires, pode estar no cérebro — mais especificamente, na dopamina, o neurotransmissor da motivação.
Carlos é especialista em Neuroeducação e Alta Performance Escolar e afirma que a chave para ajudar os filhos a estudarem com eficiência está em compreender o papel essencial da dopamina na aprendizagem. Em artigo recente, ele explica que existem dois tipos principais desse neurotransmissor que influenciam diretamente o comportamento dos estudantes: a dopamina tônica e a dopamina fásica.
A dopamina tônica é o que sustenta o interesse e a energia de base para o aprendizado. Quando esse nível está baixo — cenário comum entre jovens com sono irregular, excesso de telas e falta de propósito — a tendência é a procrastinação e a resistência ao estudo. Já a dopamina fásica entra em ação quando o cérebro percebe uma tarefa como desafiadora e recompensadora, ajudando a consolidar o aprendizado e gerar aquela sensação de “valeu a pena”.
O problema, destaca o especialista, é que o cérebro adolescente é bombardeado diariamente por estímulos altamente dopaminérgicos — como jogos e redes sociais — que oferecem recompensas imediatas, enquanto o estudo, por natureza, entrega seus frutos a longo prazo. Nessa disputa, as distrações tecnológicas saem ganhando, e a batalha pelo dever de casa vira um desgaste constante entre pais e filhos.
Mas nem tudo está perdido. A ciência, segundo Carlos, oferece caminhos práticos para reverter essa lógica. Estudar com eficiência em casa passa por criar um ambiente que favoreça a regulação dopaminérgica. Isso significa:
- Estabelecer rotinas consistentes e previsíveis;
- Dividir grandes tarefas em blocos menores com metas claras;
- Reduzir as distrações digitais durante os períodos de estudo;
- Intercalar momentos de foco com pausas programadas;
- E principalmente: associar o aprendizado a recompensas que tenham significado emocional real para a criança ou adolescente.
Para o neuroeducador, o papel dos pais vai muito além de “ajudar nas tarefas”. Eles devem atuar como “arquitetos do contexto”, regulando o ambiente, modelando hábitos e cultivando uma cultura doméstica que valorize o esforço intelectual como uma virtude, e não como um castigo.
“Não se trata apenas de vigilância ou cobrança. Trata-se de aplicar a ciência no cotidiano, com sensibilidade”, explica Carlos. “Famílias que compreendem esses mecanismos tornam-se mais coesas, resilientes e preparadas para formar jovens autônomos e emocionalmente equilibrados.”
No fim das contas, estudar em casa não é apenas um dever escolar. É uma construção diária de humanidade compartilhada — feita sinapse por sinapse, com paciência, estrutura e conhecimento.
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