A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) inicia o ano de 2025 com mais um sinal de alerta ligado: o orçamento discricionário da instituição sofreu uma nova redução com a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), chegando a R$ 69,9 milhões, valor que representa um corte de R$ 2,1 milhões em relação ao previsto inicialmente. A cifra, segundo a Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento, é insuficiente para cobrir os custos básicos do funcionamento da universidade ao longo do ano, estimados em R$ 77,8 milhões.
A situação financeira foi apresentada oficialmente durante a reunião do Conselho Universitário, realizada no dia 16 de abril. De acordo com o pró-reitor de Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, o cenário é especialmente preocupante porque parte desse orçamento já foi utilizada para quitar um déficit herdado de R$ 3,2 milhões do ano anterior. Com isso, o montante realmente disponível para 2025 caiu para R$ 58,3 milhões. A análise das contas aponta um déficit potencial de R$ 6,4 milhões, mesmo sem considerar eventuais novas despesas ou atrasos em receitas próprias.
Os impactos da redução já são sentidos em diversos setores da universidade. Entre os serviços ameaçados estão contratos de manutenção e de prestação de serviços terceirizados, funcionamento do Restaurante Universitário, concessão de bolsas de apoio estudantil e convênios com instituições parceiras. A UFOP, que historicamente contribui para o desenvolvimento regional por meio da formação de profissionais e da produção de conhecimento, vive um momento de incerteza e fragilidade orçamentária que compromete o tripé ensino, pesquisa e extensão.
A queda na capacidade de custeio da UFOP não é recente. Em 2016, a universidade contava com um orçamento de R$ 100,3 milhões (em valores corrigidos). Agora, com os R$ 69,9 milhões aprovados, a perda real em nove anos chega a 31,2%. Em relação a 2024, a redução foi de 6,9%. O encolhimento progressivo dos recursos acende um alerta para o risco de colapso na estrutura universitária, que já opera com limitações graves em áreas como infraestrutura, apoio estudantil e manutenção dos campus.
Com o orçamento cada vez mais apertado, a UFOP se vê obrigada a buscar novas fontes de receita e medidas emergenciais de contenção. Mas especialistas alertam que não há como manter a qualidade da educação pública apenas com ajustes internos. A situação exige, segundo eles, uma política nacional de valorização do ensino superior, com recomposição de verbas e compromisso institucional com o futuro das universidades.
FONTE: Itatiaia
LEGENDA. Com orçamento reduzido em mais de R$ 6 milhões, UFOP enfrenta dificuldades para manter serviços essenciais em 2025.
Imagem por: Thiago Barcelos – site UFOP