O julgamento do caso sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, foi retomado no Tribunal Superior de Londres nesta quarta-feira (5), com a apresentação das alegações finais. A tragédia, que ocorreu em 5 de novembro de 2015, deixou 19 mortos e causou danos ambientais irreparáveis, afetando comunidades, empresas e o Rio Doce.
Cerca de 620 mil pessoas afetadas pelo desastre buscam indenizações de mais de R$ 260 bilhões da mineradora anglo-australiana BHP Billiton, uma das controladoras da Samarco. O processo, iniciado em 2018, foi retomado em outubro de 2024, e está prestes a ser concluído, com a previsão de que a sentença seja proferida no meio deste ano.
As alegações das vítimas afirmam que a BHP tinha conhecimento dos riscos do rompimento e deveria ser responsabilizada pelos danos causados, com evidências de que a empresa foi alertada sobre falhas na estrutura da barragem desde 2009. A defesa da mineradora, por sua vez, nega as alegações, argumentando que a segurança da barragem era garantida por especialistas.
Enquanto o julgamento segue em Londres, um acordo no Brasil, fechado em outubro de 2024, estabelece uma reparação de R$ 170 bilhões pelos danos ambientais causados, incluindo R$ 38 bilhões já investidos em medidas de recuperação. Porém, a Justiça Federal no Brasil absolveu a Samarco e suas subsidiárias das acusações criminais em novembro, alegando a falta de provas suficientes para a responsabilidade criminal.