Na manhã desta sexta-feira (21), a Câmara Municipal de Mariana realizou sua segunda reunião extraordinária, e uma das pautas foi para discutir o reajuste salarial dos servidores públicos. A sessão foi marcada por intensos debates e manifestações da categoria, que compareceu em peso ao plenário para reivindicar um aumento superior aos 5% propostos pelo Executivo.
Durante a sessão, a ex-vereadora Beth Cota discursou em defesa dos servidores: “Nós viemos apenas reivindicar um direito que é nosso”. Ela ainda criticou a falta de diálogo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mariana (Sindserve). O presidente da entidade, Chico, também se pronunciou, ressaltando que o sindicato protocolou três ofícios para dialogar com o prefeito, obtendo resposta apenas de um deles. “Os servidores estão sofrendo pressão, com denúncias de constrangimento por parte da chefia”, denunciou. Ele ainda pontuou que 2.040 servidores estão afastados por questões de saúde e reforçou o pedido de um reajuste de 11,02% e um vale-alimentação de R$ 1.000.
O vereador Marcelo Macedo defendeu um aumento de 16,34% e relembrou que, Juliano Duarte enquanto prefeito interino, concedeu esse percentual de reajuste aos servidores. Juliano criticou, quando ainda era vereador, o aumento de apenas 7% concedido no ano passado. Macedo sugeriu ainda que o projeto fosse retirado de pauta por seis meses para que houvesse tempo de negociar um percentual maior, “Isso é migalha, isso é falta de responsabilidade social. São servidores públicos que merecem ser tratados com respeito e dignidade”, afirmou.
O vereador Zé Sales também votou contra o reajuste, justificando sua decisão pela falta de diálogo entre a gestão municipal e os servidores. Zezinho Salete reforçou a necessidade de valorização da categoria e sugeriu a retirada do projeto da pauta para possibilitar negociações antes da votação. No entanto, a proposta foi rejeitada e a matéria seguiu para votação.
O clima na Câmara ficou ainda mais tenso quando o vereador Pedrinho defendeu a o projeto de autoria do prefeito Juliano em relação ao ajuste de 5%, sendo vaiado pelo público presente. O vereador Preto do Cabanas também foi criticado ao afirmar que os servidores não estavam sendo prejudicados, provocando gritos de “Ih, fora!” por parte dos manifestantes.
Apesar da pressão dos servidores e da oposição de parte dos vereadores, o projeto foi aprovado pela maioria da Câmara, garantindo o reajuste de 5%