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Justiça para Inaiê: “Eu nunca serei passável” 

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AGRESSÃO. Mulher trans é vítima de ataque extremo de violência em Mariana.

Na madrugada do dia 14 de fevereiro, a cidade de Mariana foi palco de um crime brutal de transfobia. Inaiê Vilhena, uma mulher trans natural do Pará e residente no município, foi violentamente agredida, um ato de extrema violência registrado pelas câmeras de monitoramento da Guarda Civil Municipal. Três suspeitos foram presos, enquanto um segue foragido. 

O ataque gerou grande comoção e mobilizou tanto autoridades quanto a sociedade civil. Em resposta, a Câmara Municipal de Mariana divulgou uma nota de repúdio, reafirmando seu compromisso com os direitos humanos e propondo medidas concretas para combater a discriminação. Entre as iniciativas em discussão, destaca-se o Projeto de Lei nº 32/2025, de autoria do vereador Ronaldo Bento, que visa proibir a contratação para cargos públicos de indivíduos condenados por crimes de LGBTfobia. Além disso, o vereador Ítalo de Majelinha solicitou a criação de programas de conscientização sobre a gravidade da transfobia. 

A Prefeitura de Mariana também repudiou oficialmente o crime e declarou estar acompanhando as investigações para garantir que os responsáveis sejam punidos. O caso impulsionou manifestações nas redes sociais, com pedidos urgentes por mais segurança para a população LGBTQIAPN+. 

 No Brasil, desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equipara crimes de transfobia e homofobia ao racismo, prevendo penas de um a três anos de reclusão, que podem ser agravadas em casos de violência física. Em 2023, o STF reforçou essa decisão, enquadrando tais atos como crime de injúria racial, sem direito a fiança. 

Inaiê é psicóloga social e atua atualmente trabalha com comunidades atingidas, movimentos relacionados a barragem e desabafou sobre a agressão que sofreu e alertou para a crescente hostilidade contra a população trans. Em suas palavras: 

“Eu só queria enfatizar que o que aconteceu comigo é resultado de um discurso de ódio que tem se propagado contra a população trans.”, afirmou. 

Este caso escancara a necessidade de políticas mais eficazes contra crimes de ódio e a urgência de uma mudança cultural que garanta às pessoas trans o direito de viver com dignidade e segurança. A sociedade precisa reagir, pois discursos de ódio têm consequências reais e violentas. Enquanto houver silêncio e impunidade, tragédias como essa continuarão a se repetir.