Em comemoração aos 30 anos de história, o Jornal Ponto Final lançou uma série de podcasts com figuras que marcaram e continuam fazendo parte da trajetória do veículo. No primeiro episódio, o diretor do jornal, Rômulo Passos, conversou com Dilson Cláudio, primeiro funcionário do Ponto Final, e Lavínia Passos, neta de Rômulo, que atualmente atua na edição de vídeos do jornal.
Do preto e branco ao digital: uma trajetória pioneira
Rômulo Passos iniciou o bate-papo relembrando que, em 1995, o Ponto Final era uma revista em preto e branco, um conceito inovador para a época. Dilson Cláudio destacou o papel visionário dos irmãos Héber Passos (em memória) e Rômulo, que apostaram em um modelo de jornalismo novo para a região.
“Todo mundo dizia que não ia dar certo, que não teria público, mas a revista impactou toda a região. Era mensal e as pessoas contavam os dias para a próxima edição. A minha trajetória profissional começou aqui. Estudei, me capacitei, mas tudo iniciou no Jornal Ponto Final”, relembrou Dilson Cláudio.
Os desafios do início
Entre as lembranças marcantes, Rômulo contou sobre os desafios da produção no início da revista, incluindo o fusquinha velho que semanalmente ia para Belo Horizonte rodar a edição. “As manchas eram guardadas em pastas enormes para impressão, e os cortes precisavam ser feitos manualmente. Além disso, as fotos eram feitas em câmeras de filme e precisavam ser reveladas na capital”, recordou Dilson.
A nova geração no comando da edição
A neta de Rômulo, Lavínia Passos, de 15 anos, também compartilhou sua trajetória. Inicialmente, começou como maquiadora, mas seu interesse pelo jornal cresceu ao fazer um curso de edição de vídeo e observar os pais, Bruna Passos e Tiaguinho Trelelê, que já trabalhavam no jornal.
“Eu pedi emprego ao meu avô e comecei editando os vídeos do quadro Notícia de Primeira Hora. Hoje, também edito eventos, entrevistas e podcasts”, contou Lavínia.
Rômulo ressaltou a importância do trabalho da edição, muitas vezes não percebido pelo público. “As pessoas assistem ao vídeo pronto, mas não fazem ideia do trabalho que dá para entregar um conteúdo claro e dinâmico.”
Os bastidores do jornalismo diário
Rômulo também falou sobre sua rotina com o programa “2 Minutos com Ponto Final”, um resumo diário das notícias. O processo começa cedo: “Acordo às 5h da manhã, recebo as notícias, apuro os fatos, ouço todos os lados envolvidos, gravo, edito e só então o material é enviado aos telespectadores”, explicou.
Já Dilson relembrou um dos desafios da época sem internet: uma pauta com Olga Tucoffe sobre policromia, um tema desconhecido para ele. Seguindo o conselho de Héber Passos, ele deixou a entrevistada falar e formulou perguntas com base nas respostas. O resultado foi uma das entrevistas mais elogiadas da época.
A importância do apoio comercial
Rômulo enfatizou que o sucesso do Jornal Ponto Final sempre esteve ligado ao apoio do comércio local: “Nossa primeira empresa parceira foi a Autopeças Mariana, do ex-prefeito Celso Cota Neto. Trabalhei com todos os prefeitos desde 1995 e enfrentei vários problemas, inclusive cortes de contrato por vaidade política. Mas nosso jornalismo se sustentou porque sempre tivemos anunciantes comprometidos com a informação de qualidade.”
Dilson complementou relembrando um episódio de 1996, quando uma mudança de governo gerou boatos de que o jornal deixaria de existir. “Rômulo me mandou procurar o novo prefeito para uma entrevista, como faríamos com qualquer outro eleito. A repercussão foi enorme e reforçou a credibilidade do Ponto Final.”
Histórias, desafios e muitas memórias
O episódio trouxe momentos de descontração e nostalgia, ressaltando o impacto do jornal na comunicação regional. Para conferir o podcast completo, basta acessar o canal TV Ponto Final no YouTube.