Na última quarta-feira (29), o diretor do Jornal e TV Ponto Final realizou uma entrevista exclusiva com Guilherme Schulz, Gerente de Relações Institucionais da Transcotta, empresa responsável pelo transporte público de Mariana. Durante a conversa, foram abordadas questões como a falta de ônibus circulares para o bairro Cabanas, a pontualidade dos coletivos, a acessibilidade para cadeirantes e a segurança dentro dos veículos.
Um dos pontos mais questionados foi a ausência de linhas suficientes para atender ao bairro Cabanas. Schulz explicou que a definição dos itinerários e a quantidade de ônibus são de responsabilidade da Prefeitura de Mariana, que acompanha a demanda e realiza ajustes conforme necessário.
Ele também destacou que o uso inadequado do transporte prejudica o levantamento de dados, dificultando a solicitação de novos ônibus. Segundo ele, 40% a 60% dos passageiros não passam pela roleta, comprometendo o controle real da demanda. Atualmente, cerca de 450 a 550 mil passageiros são contabilizados por mês, mas o número real pode ser próximo de 750 mil.
“A forma correta de utilização do ônibus é entrar pela porta dianteira, passar pela roleta e sair pela porta traseira. Isso garante segurança e permite que a contagem de passageiros seja feita corretamente”, explicou Schulz.
O representante da Transcotta esclareceu que questões como superlotação, mudanças de itinerários e falta de ônibus devem ser direcionadas à Prefeitura de Mariana, por meio do Demutram e da Ouvidoria Municipal.
Já problemas relacionados à qualidade do serviço, como quebras de ônibus, falta de motoristas ou condutas inadequadas de funcionários, devem ser comunicados diretamente à Transcotta.
Uma telespectadora sugeriu a instalação de câmeras de segurança e botões de pânico nos ônibus, devido a relatos de importunação contra mulheres dentro dos coletivos. Schulz reconheceu o problema e afirmou que a empresa estuda a implementação de um botão do pânico, que poderia auxiliar motoristas e passageiros em situações de risco.
“A questão dos assédios nos ônibus é um problema nacional. Sempre que recebemos uma denúncia, comunicamos à Guarda Municipal, que nos atende conforme sua disponibilidade”, afirmou.
Moradores também relataram dificuldades de acessibilidade, como no caso de um cadeirante que não conseguiu embarcar porque o elevador do ônibus não funcionou.
Schulz explicou que todos os ônibus possuem elevadores, mas que, por conta da topografia da cidade, a estrutura pode sofrer torções que comprometem o funcionamento.
Ele garantiu que os elevadores são testados diariamente, e quando um ônibus apresenta problema, a empresa envia outro veículo para atender à demanda.
Outra grande reclamação foi a falta de pontualidade dos ônibus. Schulz explicou que, embora a empresa cumpra os horários na saída do ponto inicial, o trânsito intenso e interdições de ruas acabam atrasando os trajetos. Ele também alertou que veículos estacionados irregularmente comprometem o fluxo dos coletivos. “Na semana passada, um ônibus deixou de cumprir seis horários porque um carro estava estacionado em local proibido, bloqueando a passagem”, relatou.
Moradores questionaram a falta de linhas de ônibus para a UPA do bairro São Pedro, inaugurada recentemente. Schulz afirmou que provavelmente a Prefeitura e o Demutram estejam cientes da demanda e que um replanejamento das rotas deve ocorrer para atender ao novo fluxo de passageiros.
Para dúvidas ou reclamações sobre a qualidade do serviço, os usuários podem entrar em contato pelo telefone (31) 3557-1810.
No encerramento da entrevista, Schulz agradeceu aos motoristas da empresa pelo trabalho desenvolvido e pediu mais paciência e respeito por parte dos usuários.
“Não é fácil transportar milhares de pessoas diariamente e enfrentar o trânsito da cidade. Já tivemos motoristas ameaçados de morte dentro dos ônibus. Então, pedimos compreensão para que todos possam ter um transporte mais seguro e eficiente”, finalizou.
A entrevista completa pode ser assistida no canal do Jornal e TV Ponto Final no YouTube.