Em sessão na Câmara Municipal de Mariana, o vereador Ronaldo Bento manifestou repúdio à recente fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sobre o valor de R$ 170 bilhões destinado a reparações e compensações em resposta ao desastre de Mariana. Durante uma audiência, Barroso teria feito uma observação considerada desrespeitosa sobre o montante financeiro, o que foi visto por Bento como uma demonstração de descaso com a tragédia e as famílias das 19 vítimas fatais do rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015.
Ronaldo Bento destacou que a fala do ministro gerou uma sensação de desrespeito para com a cidade e os sobreviventes da tragédia. Em seu discurso, o vereador ressaltou que, enquanto Mariana enfrentava um aumento nos problemas de saúde pública e infraestrutura devido à população flutuante atraída pela Fundação Renova para ações de reparação, apenas uma pequena fração dos R$ 170 bilhões, cerca de R$ 2 bilhões, estava destinada diretamente à cidade.
“O volume de 170 bilhões, os míseros 2 bilhões virá para um epicentro dos acontecimentos desse crime cometido em 5 de novembro de 2015. 168 bilhões vão está sendo aportados para o Estado e Governo Federal e para outras cidades que muitas das vezes não se passou o que Mariana passou. Mariana hoje vive uma situação caótica na saúde porque temos uma população flutuante que foi encargo da Fundação Renova, que trouxe todo esse desarranjo para nossa saúde.”, desabafou Bento.
O vereador ainda apontou que muitas das vítimas e seus familiares ainda aguardam indenizações e reparações adequadas. Ele se solidarizou com as famílias dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, que foram destruídos pela lama da barragem, e ressaltou o peso que a tragédia continua a ter sobre a comunidade local, especialmente diante das limitações no suporte financeiro.
Bento finalizou sua fala lamentando a falta de sensibilidade e compreensão do ministro Barroso quanto ao sofrimento e à perda de tantas famílias. “E aqui fica o meio repúdio a esse Ministro por não respeitar a dor de várias famílias, e muitos que ainda não receberam suas indenizações e não vão receber porque já tiveram suas vidas ceifadas pela depressão, injustiça…”, declarou, afirmando que continuará a lutar para que Mariana e suas vítimas sejam plenamente reconhecidas e atendidas.