O debate sobre a escala 6×1 ganhou destaque nas redes sociais após a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) propor uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece uma jornada de trabalho de 36 horas semanais, dividida em quatro dias. A mudança reduziria o limite atual de 44 horas semanais e possibilitaria um modelo 4×3, com quatro dias trabalhados e três de descanso. A proposta de Hilton argumenta que a redução na carga horária proporcionaria mais tempo para os trabalhadores se dedicarem a estudos, qualificações profissionais e ao lazer, algo essencial para sua saúde e desenvolvimento.
A proposta já conta com o apoio de 134 deputados, faltando 37 assinaturas para alcançar o mínimo de 171 apoios necessários para que o texto seja protocolado na Câmara dos Deputados. Se o número for atingido, a PEC seguirá para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Caso a PEC avance no Congresso, a mudança traria impactos importantes para trabalhadores de diversos setores que atualmente seguem a escala 6×1. Essa jornada, que exige seis dias de trabalho e apenas um de folga, é criticada por não oferecer tempo suficiente para descanso e aprimoramento pessoal e profissional. Com a aprovação da PEC, os trabalhadores teriam quatro dias de trabalho, cada um com até 8 horas, limitando o total a 36 horas semanais.
Mesmo com essa redução, o texto permite que trabalhadores façam horas extras, desde que o limite semanal de 36 horas seja respeitado. A implementação do modelo 4×3 poderia também gerar uma nova dinâmica nas relações de trabalho, estimulando empresas a adaptarem suas operações para atender à demanda com equipes reduzidas durante quatro dias e proporcionando três dias seguidos de descanso aos funcionários.
A PEC de Erika Hilton traz ao centro do debate a necessidade de adequar a legislação trabalhista à realidade contemporânea e ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, enquanto tenta estabelecer novos padrões de qualidade de vida e bem-estar para os trabalhadores brasileiros.