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Tragédia de Mariana completa 9 anos: Luta por justiça e recuperação ainda persiste 

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DESASTRE. Considerado a maior tragédia ambiental do país, completa 9 anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

No dia 5 de novembro, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, completou nove anos. O desastre, considerado o maior da mineração no Brasil, liberou cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, devastando o distrito de Bento Rodrigues e comunidades vizinhas ao longo da bacia do rio Doce. O rompimento causou a morte de 19 pessoas e deixou milhares de desabrigados, além de um rastro de danos ambientais que se estende até o Espírito Santo. 

Desde a tragédia, a população afetada continua a enfrentar dificuldades no processo de reparação e reconstrução. Comunidades como Bento Rodrigues aguardam por reassentamentos definitivos, um processo que, embora em andamento, avança lentamente e está repleto de burocracias e entraves. Muitos moradores ainda vivem em condições temporárias, enquanto esperam pela promessa de um novo lar. 

Os danos ambientais também permanecem evidentes, e a recuperação do rio Doce é uma luta contínua. Especialistas afirmam que o impacto nos ecossistemas fluviais pode durar décadas, afetando diretamente o abastecimento de água e a pesca nas regiões afetadas.  

Um grande exemplo das consequências contínuas do desastre são os recentes estudos que revelam metais pesados encontrados em animais marinhos na foz do Rio Doce. A contaminação da vida marinha e da água mostram que mesmo após anos, demonstra uma gera preocupações quanto à saúde das comunidades locais. 

No dia 25 de outubro foi assinado o novo Acordo de Repactuação para continuidade das ações de reparação aos danos causados pelo rompimento da barragem, este acordo histórico, estimado em R$ 170 bilhões, foi firmado entre as empresas Samarco, Vale e BHP Brasil; governos federais, de Minas Gerais e Espírito Santo; Ministérios Públicos Federal e Estaduais; e Defensorias Públicas, entre outras entidades. A Fundação Renova, criada para coordenar ações de reparação, também assinou o documento como interveniente.   

Em cerimônias e manifestações realizadas nesta terça-feira (5), familiares, sobreviventes e movimentos sociais homenagearam as vítimas e reforçaram o pedido por justiça e celeridade nas reparações. O evento, além de lembrar aqueles que perderam a vida, serviu para mobilizar a sociedade na busca por soluções que evitem novos desastres. 

A tragédia de Mariana completa quase uma década de luta constante e coloca em evidência a necessidade de fiscalizações mais rigorosas no setor de mineração no Brasil, especialmente em regiões de alta vulnerabilidade.