A última reunião da Câmara Municipal de Mariana, realizada em 30 de setembro, teve como tema central a proposta de uma comissão processante contra o vereador Juliano Duarte. A sessão foi marcada por tensão e debates acalorados após a leitura de uma denúncia feita por Josianne Fernanda Lemos Martins, que acusa o vereador de pagamento de materiais de construção com sobrepreço, caracterizando ato de improbidade administrativa.
Na leitura da correspondência, a denunciante exigiu a cassação do mandato de Juliano Duarte, apontando o suposto superfaturamento nos contratos da Prefeitura. A denúncia gerou um intenso debate entre os vereadores, que se dividiram em suas opiniões sobre a legitimidade da carta e a necessidade de investigar as acusações.
O vereador Preto do Cabanas questionou a validade da denúncia e declarou a possibilidade de a proposta ser um movimento político, enquanto outro vereador se manifesta a favor da análise da situação. No entanto, a votação para a abertura da comissão processante resultou num cenário desfavorável para a denúncia. Dez vereadores, incluindo Preto do Cabanas, Ronaldo Bento, Ricardo Miranda, Sônia Azzi, Ediraldo Ramos, João Bosco, Pedrinho Salete, Adimar Cota, Maurício da Saúde e Fernando Sampaio, votaram contra a abertura da processante, enquanto Zezinho Salete e Zé Sales optaram por se abster. Marcelo Macedo foi o único a votar a favor, justificando sua posição ao afirmar: “[…] mas agora falar que não existe e que não existe regularidade?”.
Após a votação, o vereador Juliano Duarte fez uso da palavra para se defender das acusações, criticando a denúncia e direcionando sua indignação ao servidor que estaria ligado ao caso. “Esse servidor deve estar preocupado porque a mamata dele ano que vem vai acabar, vai ser o primeiro que vai pra rua”, afirmou, levantando questionamentos sobre as motivações por trás da denúncia.
O arquivamento da proposta da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) gerou reações na Câmara e entre o público presente. Enquanto alguns vereadores afirmaram que o processo tinha uma visão política, outros argumentaram pela necessidade de lisura e transparência nas investigações. As declarações de Juliano Duarte, em especial, discutiram sobre possíveis políticas e familiares que poderiam estar envolvidos na denúncia.