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Governo Federal avalia retorno do horário de verão; decisão pode sair ainda este mês 

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EXPECTATIVA. O relatório do ONS estima que o país poderia economizar até R$ 400 milhões com a reimplementação da política.

O Governo Federal está em fase final de discussão sobre o possível retorno do horário de verão, uma medida que já faz parte da rotina de milhões de brasileiros. O tema foi recomendado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e pode ser anunciado até o final deste mês, conforme indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Se aprovado, o horário de verão voltará a valer ainda em 2024. 

O objetivo principal da medida é reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente durante o horário de pico, para aproveitar mais a luz natural ao longo do dia. O relatório do ONS estima que o país poderia economizar até R$ 400 milhões com a reimplementação da política, resultado da maior utilização da energia solar em comércios, residências, indústrias e iluminação pública, devido ao adiamento do uso da iluminação artificial. 

Apesar das vantagens financeiras apontadas pelo ONS, o retorno do horário de verão enfrentou resistência dentro do próprio Ministério de Minas e Energia. Alguns setores argumentam que a medida já não gera o impacto econômico esperado, considerando as mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros nos últimos anos. 

Entenda o horário de verão e sua trajetória no Brasil 

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, como uma medida de economia de energia. A ideia por trás da mudança no horário é simples: ao adiantar os relógios em uma hora, a população poderia aproveitar mais a luz do sol no fim da tarde, reduzindo a necessidade de iluminação artificial e, consequentemente, o consumo de eletricidade. 

Em 2008, o horário de verão foi instituído de maneira permanente, abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, devido às características climáticas dessas áreas, que permitem um maior aproveitamento da luz solar. A mudança acontecia anualmente no primeiro domingo de novembro e se estende até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, afetando estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, além do Distrito Federal. 

No entanto, em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu abolir a medida, alegando que o horário de verão não trazia mais os benefícios esperados. Entre as justificativas, o governo traz mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros, que passaram a gastar mais energia em horários fora do período de pico, o que reduziria a eficácia da política. 

Divisão de opiniões 

O possível retorno do horário de verão divide opiniões. Por um lado, muitos brasileiros que vivenciaram uma política por anos defenderam sua volta, apontando benefícios como o maior aproveitamento do dia e a redução de gastos com energia elétrica. Além disso, comerciantes e setores da indústria destacam que o horário de verão favorece o fluxo de clientes, pois há mais tempo disponível para atividades ao ar livre no fim da tarde. 

Por outro lado, há quem acredita que o impacto da medida seria mínima ou até negativa nos dias atuais. Alguns especialistas argumentam que, com o avanço da tecnologia e o uso crescente de aparelhos eletrônicos, a economia de energia obtida com o horário de verão seria menos significativa. Além disso, há quem afirma que a mudança no relógio pode afetar o sono e o bem-estar da população, especialmente em estados que não se beneficiam tanto da política. 

Próximos passos 

A decisão final sobre o retorno do horário de verão deve ser anunciada até o final do mês de setembro, conforme afirmou o ministro Alexandre Silveira. Caso a medida seja aprovada, ela voltará a ser inovadora a partir de 2024, seguindo o modelo tradicional de adiantamento de uma hora nos relógios a partir de novembro. 

O retorno do horário de verão pode ser uma aposta do Governo Federal para otimizar o uso da energia renovável e reduzir os custos com eletricidade, em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos e busca alternativas sustentáveis para o setor energético. Contudo, a medida ainda terá que superar as resistências dentro do próprio Ministério de Minas e Energia e encontrar o apoio necessário para ser reestabelecida.