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Junho de 2024 bate recorde de calor sendo registrado como o mês mais quente na História 

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O clima extremo não se limitou ao calor. Chuvas incessantes, um fenômeno que os cientistas também associam ao aquecimento global, causaram grandes inundações.

O ano de 2024 continua a surpreender com seus extremos climáticos. Junho deste ano foi oficialmente o mês mais quente já registrado, superando o recorde anterior de 2023. Este anúncio foi feito nesta segunda-feira (8) pelo observatório europeu Copernicus (C3S). Incrivelmente, cada mês desde junho de 2023 quebrou seu próprio recorde de temperatura, totalizando 13 meses consecutivos de calor histórico. O observatório ressaltou que “a temperatura média global dos últimos 12 meses (julho de 2023 a junho de 2024) é a maior já registrada”. 

“Isto é mais do que uma raridade estatística e evidencia uma mudança importante e contínua em nosso clima”, afirmou Carlo Buontempo, diretor do observatório, após um mês marcado por intensas ondas de calor no México, China, Grécia e Arábia Saudita, onde mais de 1.300 pessoas perderam a vida durante a peregrinação a Meca. 

O clima extremo não se limitou ao calor. Chuvas incessantes, um fenômeno que os cientistas também associam ao aquecimento global, causaram grandes inundações em países como Brasil, China, Quênia, Afeganistão, Rússia e França. 

No início de julho, o furacão Beryl devastou várias ilhas do Caribe, tornando-se o furacão de categoria cinco mais precoce já registrado no Atlântico. “Ainda que esta série particular de extremos acabe em algum momento, nós estamos preparados para observar novos recordes sendo batidos à medida que o clima continua esquentando”, acrescentou Buontempo. 

Os recordes consecutivos de temperatura coincidiram com a presença do ‘El Niño’, um fenômeno natural cíclico que aquece as águas do Oceano Pacífico tropical, contribuindo para o aumento da temperatura global. “Foi um dos fatores que explicam o recorde de temperatura, mas não o único”, explicou Julian Nicolas, cientista do C3S. 

As temperaturas dos oceanos também atingiram novos picos, com recordes na temperatura da superfície do mar no Atlântico, Pacífico Norte e Índico, influenciando o calor global. Em junho, as temperaturas da superfície do mar atingiram outro marco: 15 meses consecutivos de novos máximos. “O que acontece na superfície dos oceanos tem um grande impacto na temperatura do ar acima da superfície e também na temperatura média global”, observou Nicolas. 

Embora o mundo esteja prestes a entrar em uma fase de ‘La Niña’, que tem um efeito de resfriamento, Nicolas advertiu que “podemos esperar que a temperatura global (do ar) diminua nos próximos meses”. No entanto, se as temperaturas recordes da superfície do mar persistirem, 2024 pode ser ainda mais quente que 2023, embora seja cedo para afirmar com certeza. 

A média global de temperatura nos últimos 12 meses está 1,64ºC acima da média pré-industrial de 1850-1900, uma época em que as emissões de gases de efeito estufa da humanidade ainda não haviam aquecido o planeta significativamente. Este dado não implica que a meta do Acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial tenha sido ultrapassada, pois esta meta é medida em décadas e não em anos individuais. 

No entanto, o observatório Copernicus alertou no mês passado que há 80% de probabilidade de que as temperaturas médias anuais da Terra ultrapassem temporariamente o limite de 1,5ºC nos próximos cinco anos. O alerta destaca a urgência de ações globais eficazes para mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos devastadores.