Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, 5 de junho, os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram encerrar a greve que se estendeu por 51 dias. A paralisação, iniciada em 15 de abril, será oficialmente encerrada com a retomada das aulas na próxima segunda-feira, 10 de junho.
A decisão pelo fim da greve foi apertada: 201 votos a favor do encerramento, 179 pela continuidade e 16 abstenções. Apesar do retorno às atividades, os docentes permanecerão em estado de greve, ou seja, mobilizados e prontos para novas ações de apoio às reivindicações sindicais.
De acordo com Maria Rosaria Barbato, presidente da Associação dos Professores Universitários de Belo Horizonte (APUBH), a greve da UFMG teve como base a insatisfação acumulada ao longo dos anos devido à desvalorização da categoria, sucateamento das condições de trabalho, sobrecarga e adoecimento dos professores. “Esta greve foi o nosso grito na luta pelo reconhecimento e valorização da categoria e da educação pública. Permanecer em estado de greve é necessário para agregarmos força ao movimento nacional da educação”, declarou Barbato.
Os professores da UFMG demandavam a reposição das perdas salariais acumuladas durante os governos anteriores, a reestruturação dos planos de carreira, mais investimentos nas instituições e a realização de concursos para contratação de novos funcionários. O movimento também pedia um reajuste imediato dos auxílios e bolsas para estudantes.
Marco Antônio Alves, diretor de Articulações e Mobilizações Políticas do APUBH, explicou que a decisão de encerrar a paralisação foi influenciada pelo desgaste dos professores, pelo impacto no calendário acadêmico e pela percepção de que as negociações com o Governo Federal não avançariam. “O desgaste da categoria e o comprometimento do calendário acadêmico foram determinantes para nossa decisão”, afirmou Alves.
A greve dos técnicos administrativos em educação (TAEs), iniciada em 11 de abril, continua sem alterações. A UFMG ainda não se manifestou oficialmente sobre a paralisação dos TAEs.
Na próxima terça-feira, 11 de junho, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG se reunirá para debater os ajustes necessários no calendário acadêmico devido à greve. O Diretório Central Acadêmico da UFMG (DCE-UFMG) informou que vai exigir a flexibilização das normas acadêmicas de graduação, incluindo prazos de trancamentos e a ampliação dos prazos de editais, para garantir os direitos dos estudantes afetados pela paralisação.
A greve na UFMG foi uma das diversas manifestações de insatisfação entre as instituições federais de ensino superior no Brasil. Em Minas Gerais, outras 12 instituições federais, incluindo institutos federais (IFs) e universidades, continuam em greve, sem previsão de retorno.
A decisão de permanecer em estado de greve sinaliza que os professores da UFMG continuarão atentos e mobilizados, prontos para novas ações conforme a evolução das negociações com o governo federal.
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