A pergunta é direta e incisiva: a dengue acabou? Infelizmente, a resposta é um retumbante não. Ainda que não se ouça mais falar tanto sobre essa epidemia, a realidade é que a dengue continua a ser uma ameaça letal à nossa saúde pública. A situação não está sob controle, e é alarmante que muitos tenham baixado a guarda, esquecendo-se dos perigos que esse vírus representa.
Onde estão as campanhas de conscientização? Aquelas que alertavam sobre os cuidados necessários dentro e fora de casa? Lembra-se do carro fumacê que passava regularmente pelos bairros e distritos? Pois bem, parece que ele também se tornou uma lembrança distante. A ausência de programação e a redução das ações preventivas são evidentes. No entanto, os números falam por si: em nosso município, já ultrapassamos 8 mil casos de dengue e registramos 8 mortes. Estes dados são mais do que números; são vidas impactadas, famílias enlutadas, uma comunidade inteira em risco.
Como chegamos a este ponto? De quem é a culpa? Será que nossos governantes falharam na implementação de políticas efetivas de combate à dengue? Ou será que nós, cidadãos marianenses, não estamos cumprindo com nossas responsabilidades básicas de manter nossos quintais limpos e livres de focos do mosquito Aedes aegypti? É provável que a resposta resida em uma combinação perigosa de ambas as situações. A inércia governamental e a negligência da população formam um terreno fértil para a proliferação da doença.
É hora de acordarmos para a realidade: a dengue não acabou e continua a matar. E pode estar apenas esperando a próxima vítima. Você está esperando que a doença leve um de seus familiares para, então, tomar providências? Não espere até que seja tarde demais.
A responsabilidade é de todos nós. Precisamos cobrar ações mais efetivas das autoridades, mas também precisamos fazer nossa parte. Eliminar os focos de água parada, manter nossos ambientes limpos e colaborar com as iniciativas de saúde pública são passos fundamentais para combater essa epidemia.
Pense nisso: cada um de nós pode fazer a diferença. A dengue não escolhe suas vítimas, mas podemos escolher lutar contra ela. Seja responsável, cuide de sua casa, de seu bairro, de sua cidade. A luta contra a dengue é coletiva e urgente. Não podemos nos dar ao luxo de baixar a guarda enquanto vidas continuam a ser perdidas. A dengue não acabou – e nosso compromisso com sua erradicação também não pode acabar.