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Vale apresenta nova proposta para reparação do rompimento da barragem do Fundão 

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Vale, Samarco e BHP apresentaram o valor de mais R$ 90 bilhões a serem investidos na restituição dos danos.

Passados mais de 8 anos desde que 19 pessoas perderam suas vidas no rompimento da barragem da Samarco, a mineradora e seus acionistas apresentaram uma nova proposta de acordo, que inclui R$ 90 bilhões para a reparação dos danos causados pelo desastre. De acordo com a Vale, o montante total é de R$ 127 bilhões, sendo que R$ 37 bilhões já foram destinados a iniciativas de compensação. 

A proposta implica na disponibilização de R$ 72 bilhões em espécie, distribuídos ao longo de um período não especificado, para os governos federal de Minas Gerais e do Espírito Santo, assim como para os municípios afetados. No documento também consta mais R$ 18 bilhões em compromissos a serem cumpridos e, no caso de acordo, a exigência do encerramento de todas as disputas judiciais relacionadas ao caso, abrangendo União, estados, municípios e indivíduos. 

Na esfera judicial, mais de 80 mil processos buscam reparação. As negociações visando a um acordo estão em curso há mais de dois anos, no entanto, os grupos representativos das pessoas afetadas expressam insatisfação por não terem sido incluídos nessas discussões. Em comunicado, o Movimento dos Atingidos (MAB) declarou que “uma proposta de R$ 90 bilhões jamais resolverá o problema ou poderá ser aceita como solução ao crime”. 

Luísa Barreto, Secretária Estadual de Planejamento e Gestão, informou que a proposta atual está sob análise. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) expressou a expectativa de que os governos federal de Minas Gerais e do Espírito Santo, se posicionassem conjuntamente sobre a proposta, mas só o Ministério Público de Minas, por meio do procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, argumentou que os prazos para os pagamentos aos afetados precisam ser reduzidos e o montante aumentado. 

O rompimento da barragem de Fundão ocorreu em 5 de novembro de 2015, despejando aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração, que devastaram comunidades, meios de subsistência e poluíram o Rio Doce e seus afluentes, alcançando o Oceano Atlântico pelo estado do Espírito Santo. No total, 49 municípios foram impactados, de forma direta ou indireta.