Na última quinta-feira (21), Miguel Ferreira Pontes, de apenas três meses de vida, foi acometido por uma convulsão febril, em sua casa, no distrito de Monsenhor Horta. Um dos vizinhos da família é o guarda municipal Ricardino Francisco de Paula, que está em período de férias e estava em sua casa no momento do desespero.
Segundo a mãe de Miguel, Ana Paula Ferreira, o pequeno estava na creche quando por volta das 14h30 recebeu uma ligação dizendo que a criança estava com febre e que seria melhor buscá-la. Já em casa, sob a observação dos irmãos, Miguel começou a excretar pela boca e pelo nariz. De imediato, a mãe saiu de sua residência gritando aos vizinhos em pedido de ajuda.
Residente do distrito, Ricardino, guarda municipal há 15 anos, disse que estava em casa, mas por barulho de obra na casa ao lado, não ouviu os gritos. Ana Paula e alguns vizinhos estavam na rua tentando desengasgar a criança. Ricardino relata que sua esposa o ligou e disse para ir na rua, pois o bebe da vizinha estava passando mal.
Rapidamente o guarda chegou ao local e pôs em prática os ensinamentos de primeiros socorros que aprendeu na corporação. Exerceu a técnica de desobstrução heimlich e percebeu que a criança estava com convulsões, quando lateralizou o bebê em seus pés e segurou a língua do pequeno. Após 8 minutos de apreensão, Miguel conseguiu respirar novamente, trazendo alívio a todos presentes. “Graças a Deus consegui aplicar o que nós aprendemos! Agradeço muito à minha instituição, a Guarda Municipal de Mariana, que ao longo dos anos sempre nos capacitou para certas situações”, relatou o guarda em entrevista ao Jornal Ponto Final.
Depois do ocorrido, o pai da criança chegou, e juntamente com a mãe, levaram Miguel para a Policlínica de Mariana. Ana Paula relatou que na unidade de saúde o médico não pediu exame nem teste rápido, e retornaram para casa. “É um absurdo! Cheguei na quinta-feira lá dizendo que meu filho tinha convulsionado e eles liberaram meu filho com febre…”.
Somente após ir na policlínica de Monsenhor Horta e tendo um pedido de exame e encaminhamento para Mariana, que Ana Paula conseguiu realizar os procedimentos necessários. Porém, infelizmente, até o presente dia não se tem exatidão do diagnóstico. Ao fim da entrevista, a mãe fez um pedido: ”se a policlínica tivesse mais médicos, o médico daria mais atenção para o filho da gente”.
Parabéns ao Guarda Municipal Ricardino pelo ato heróico. Sua ética e humanidade salvaram uma vida que ainda está no início. Que o pedido de Ana Paula, e não só dela, seja considerado pelas autoridades e tomem providências com o sistema de saúde do município.