Por meio da Associação das Pessoas com Deficiência de Mariana (ADEM), tivemos o prazer de conhecer a Rose. Rosemary Aparecida dos Santos, de 45 anos, tem má formação congênita dos membros inferiores, vítima do medicamento talidomida que é receitado como sedativo e contra enjoos para grávidas. Na década de 60, chegou a ser proibido por causar deformidades em bebês e acarretar gerações com deficiência nos membros.
Hoje, moradora de Mariana, ela é uma das integrantes da diretoria da Adem, e busca políticas públicas para dar maior acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência na cidade. “Queremos ter mais voz e vez, para que possamos fazer projetos que alcancem mais e mais as pessoas com deficiência, para que elas saiam de vez da invisibilidade e que sejamos cidadãos de verdade”. Declarou Rose, enfatizando que medidas de inclusão trazem sentimento de pertencimento à cidade onde mora.
Rosemary, que é uma mulher negra, relata que sofreu muito preconceito em sua vida, e que quando criança enfrentou muitas dificuldades. “Fiz duas cirurgias, uma em cada perna aos dois anos de idade. Quando criança me arrastava no chão até descobrir que podia levantar, e nisso ingressei na escola…Barreiras arquitetônicas, atitudinais, e a pior de todas, a barreira do preconceito e aceitação, pelo fato de eu ser negra e deficiente, dois preconceitos”.
Mesmo com os contratempos, ela se mostra uma mulher guerreira e que luta para que crianças e adolescentes com deficiência não passem pelo o que ela passou. Além disso, mesmo com sua mobilidade reduzida, é aluna de capoeira com o mestre Tuca, faz aulas de pole dance, tai chi chuan, equoterapia e musculação.
Um dos maiores problemas para Rose é a locomoção em Mariana. Calçadas com desníveis e buracos, ruas mantidas de pedra e quase nenhuma rampa de acesso, fizeram com que sua cadeira motorizada ficasse desgastada. Como solução, com ajuda do vereador Juliano Duarte, ela iniciou uma vakinha online para comprar próteses mais tecnológicas. Ela relata que ficou em dúvida entre comprar um triciclo, também motorizado, ou aderir às próteses, mas optou por uma maior facilidade e qualidade de vida. “Com as próteses mais tecnológicas a minha qualidade de vida vai melhorar demais. Vou andar sem apoiar, e melhor sem dores”.
O orçamento feito por uma clínica especializada foi R$ 44 mil para a perna direita e R$ 23 mil para a perna esquerda, totalizando R$ 67 mil. Este valor ainda precisa ser alcançado, mesmo com algumas doações já terem sido feitas. Para ajudá-la a realizar seu sonho, e assim poder ajudar ainda mais nas causas sociais de pessoas com deficiência, podem fazer contato pelo número (31) 98492-3222 ou enviar qualquer quantia para seu pix: 4524054@vakinha.com.br.