Após décadas de trabalho e dedicação à família, muitos idosos se veem em uma nova fase da vida, a aposentadoria, onde a solidão pode se tornar um desafio ainda maior. Esse cenário, agravado pelo isolamento físico durante a pandemia, tem levado muitos idosos a enfrentarem um problema crescente: a nomofobia, um medo irracional de ficar longe do celular, que pode ter sérios impactos na saúde mental.
Uma pesquisa conduzida por Renata Maria Silva Santos, no Programa de Pós-Graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançou luz sobre essa questão. O estudo, publicado recentemente, realizou uma revisão sistemática de 142 artigos que avaliaram os impactos do uso de telas em diferentes faixas etárias ao redor do mundo. Dentre esses artigos, 17 focaram especificamente no público idoso, envolvendo cerca de 70 mil indivíduos.
Os resultados são preocupantes. A solidão, agravada pela dependência excessiva do celular, tem sido associada a uma série de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão, entre os idosos. Para muitos, o dispositivo móvel torna-se uma espécie de conexão com o mundo exterior, preenchendo o vazio deixado pela falta de interação social presencial.
Diante desse cenário, é fundamental que sejam desenvolvidas estratégias para promover uma melhor qualidade de vida para os idosos, especialmente durante a fase de aposentadoria. Isso inclui não apenas o acesso a recursos tecnológicos, mas também ações que incentivem a interação social, o engajamento em atividades significativas e o fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Portanto, cabe à sociedade como um todo, incluindo instituições de saúde, famílias e comunidades, trabalharem juntas para garantir que os idosos tenham o suporte necessário para enfrentar os desafios da solidão e da nomofobia, promovendo assim um envelhecimento saudável e mais feliz.