Os casos de dengue em Minas Gerais tiveram um aumento significativo de 103% em apenas uma semana, conforme apontado pelo Boletim Epidemiológico de Arboviroses Urbanas divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta segunda-feira (29). Nas quatro primeiras semanas do ano, o país já contabiliza um acumulado de 217.841 casos prováveis da doença. Há ainda 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. A incidência é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade está em 0,9%. No balanço anterior, que englobava as três primeiras semanas de 2024, o país registrava 12 mortes e 120.874 casos prováveis da doença. Havia ainda 85 óbitos em investigação.
Em Minas Gerais os diagnósticos positivos saltaram de 11.490 (22/01) para 23.389 (29/01), refletindo um rápido crescimento da incidência da doença no estado. Atualmente, são registrados 64.724 diagnósticos prováveis de dengue, com uma morte confirmada e 35 casos em fase de investigação.
Belo Horizonte lidera a lista das cidades mais afetadas, com 6.182 pessoas positivadas para a dengue. Itabira, localizada na região do Vale do Aço, aparece em segundo lugar com 3.182 casos confirmados. Em Mariana, segundo a secretaria de saúde, os casos de dengue estão dentro dos parâmetros de controle do Ministério da Saúde, mas, é preciso atenção. De 1º a 25 de janeiro foram registrados 237 casos, 156 adquiridos no município e 81 importados de outras localidades.
A rápida disseminação da doença levou o estado a decretar situação de emergência, buscando agilizar processos para a aquisição de insumos e materiais para o tratamento médico dos pacientes.
O decreto de situação de emergência possibilita ao Governo de Minas acelerar procedimentos, inclusive com a possibilidade de dispensa de licitação, visando a tomada de ações imediatas para conter o avanço da dengue e chikungunya. A vigência da situação de emergência é estabelecida por 180 dias, demonstrando a gravidade da situação e a necessidade de resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde.
A distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios brasileiros selecionados pode começar na segunda semana de fevereiro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta terça-feira (30) que as doses ainda não começaram a ser entregues em razão de uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a ser cumprida pelo laboratório Takeda, responsável pela produção do imunizante.
Serão vacinados crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra um dos maiores números de hospitalizações por dengue. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no último dia 20. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro.