Com o aumento expressivo de casos de dengue, Chikungunya e zika, Minas Gerais emitirá um decreto de emergência em saúde devido às doenças a partir desta semana. A perspectiva é que o decreto seja oficializado no Diário Oficial até sexta-feira.
O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fábio Baccheretti, anunciou em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (23) que, até o momento, o estado registrou uma fatalidade por dengue, com um aumento alarmante de 754% nos casos, e uma morte causada pela Chikungunya em 2024. Segundo o mais recente boletim epidemiológico publicado pelo órgão, até a última segunda-feira (22), foram contabilizados 11.490 casos de dengue, 3.067 de Chikungunya e 2 casos prováveis de zika no estado. Em Mariana, foram registrados 103 casos de dengue e 3 casos de Chikungunya, não havendo registros de óbitos até o momento. Os dados foram repassados pela Secretaria de Saúde do município.
Com o intuito de intensificar as medidas de combate às doenças, o Estado também divulgou um investimento adicional de mais de R$ 32,2 milhões destinados ao enfrentamento das enfermidades transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Essa quantia se soma ao aporte inicial de R$ 80,5 milhões programados para o período sazonal.
O Ministério da Saúde projetou os casos de dengue para o ano de 2024, enfatizando que Minas Gerais apresenta um “potencial epidêmico” para doenças transmitidas pelo mosquito. Segundo o ministério, no período chuvoso e de altas temperaturas, o número de casos das doenças aumenta tradicionalmente. Além disso, há a possibilidade de intensificar o quadro por consequência das mudanças climáticas e do fenômeno El Niño.
Por mais que as três doenças sejam transmitidas pelo mesmo inseto, os sintomas diferem entre si. A dengue normalmente se inicia com elevação da temperatura corporal, intensa cefaleia, dores generalizadas e desconforto atrás dos olhos. A Chikungunya apresenta sintomas bastante semelhantes aos da dengue, como febre, dor de cabeça e desconforto corporal, mas se distingue pela presença de dores e inchaço nas articulações. Adicionalmente, essas dores podem manifestar-se de forma subaguda, evoluindo para uma condição crônica, persistindo ao longo de meses ou até anos. Já a zika se manifesta de maneira menos intensa, caracterizada por ausência de febre elevada, porém apresenta vermelhidão na pele e coceira. É crucial destacar que a infecção pelo vírus zika está associada a malformações congênitas, notadamente casos de microcefalia. Portanto, a prevenção da zika é essencial, não apenas para a saúde da população adulta, mas também para garantir que os bebês não enfrentem problemas decorrentes de malformações congênitas.
Não existem tratamentos específicos, entretanto é recomendável que, ao surgirem os primeiros sintomas, a pessoa busque assistência em uma Unidade Básica de Saúde. O médico irá orientar a ingestão abundante de líquidos para evitar complicações decorrentes da desidratação e medicamentos disponíveis para aliviar os sintomas e proporcionar à pessoa uma qualidade de vida normal.