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Abertura de Rota Imperial traz resgate histórico ao longo de 208 anos 

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Sete municípios, e suas zonas rurais, receberão cerca de 400 placas de sinalização até o final de fevereiro.

Inaugurada como uma alternativa portuária à famosa Estrada Real, a Rota Imperial São Pedro D’Alcântara conectava as cidades de Ouro Preto à Vitória. A história dos caminhos desbravados pela Coroa Portuguesa no século XVII se desdobrou de maneira singular nos dois estados, com destinos contrastantes ao longo de seus 208 anos de existência. 

Enquanto no Espírito Santo a Rota foi oficialmente reconhecida e sinalizada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Minas Gerais, o percurso alternativo para o escoamento do ouro caiu no esquecimento ao longo dos anos. 

No último dia (12), um marco significativo ocorreu na cidade de Ponte Nova, na Zona da Mata, representando o primeiro passo rumo à revitalização da rota no território mineiro. O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, participou do evento simbólico, descerrando a placa que marca o início da sinalização da nova rota. Vale ressaltar que alguns historiadores equivocadamente a consideram um braço da Estrada Real. 

O processo de revitalização começou com a sinalização turística, inteiramente custeada pelo Circuito Turístico Montanhas e Fé. Sete municípios, juntamente com suas zonas rurais, receberão cerca de 400 placas de sinalização até o final de fevereiro, num investimento de aproximadamente R$ 100 mil. Marcos Cardoso Jr, presidente do circuito, destaca que o próximo passo será o lançamento do documentário “Pelos Caminhos da Rota Imperial” em maio, com a participação do ciclista Edu Cara de Barro. 

A história da Rota Imperial foi resgatada há sete anos por Marcos Cardoso Jr., que encontrou um documento antigo nos arquivos da Secretaria de Cultura, Meio Ambiente e Turismo de Jequeri. Em parceria com o turismólogo Marcílio Medeiros, o projeto foi desenvolvido, contando com a expertise de Medeiros, consultor de patrimônio cultural. A expedição inaugural em maio de 2021, percorrendo 574 km de Ouro Preto a Vitória em três dias, foi um marco na concretização do projeto. No ano seguinte, um projeto de lei do deputado estadual Adriano Alvarenga reconheceu a Rota Imperial como um bem de importância turística e cultural do Estado de Minas Gerais. 

Além de sua relevância histórica, a revitalização da rota busca estimular o desenvolvimento econômico nas cidades que abrange. Diferentemente da Estrada Real, que se transformou em um projeto turístico autônomo, a Rota Imperial se fundamenta na fidelidade histórica, sendo desenvolvida em parceria com o Sebrae, que contribuiu com o inventário turístico e a oferta. 

A Rota Imperial percorre diversos municípios em Minas Gerais, incluindo Ponte Nova, Abre Campo, Acaiaca, Alto Caparaó, Alto Jequitibá, Barra Longa, Jequeri, Luisburgo, Manhumirim, Mariana, Martins Soares, Matipó, Oratórios, Ouro Preto, Pedra Bonita, Santa Margarida e São João do Manhuaçu. No Espírito Santo, atravessa Domingos Martins, Cariacica, Castelo, Conceição do Castelo, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Muniz Freire, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Venda Nova do Imigrante, Viana e Vitória. 

Em 2020, a escola de samba Imperatriz do Forte, do Carnaval de Vitória, se inspirou na rota inaugurada em 1816 para desenvolver o samba-enredo “Das Terras de Vila Rica à Vila Nova do Espírito Santo: Imperatriz engalanada apresenta a Rota Imperial de São Pedro D’Alcântara”. Na mesma época, 14 tropeiros a cavalo percorreram o trajeto em 20 dias para comemorar os 200 anos da rota, que no passado foi trilhada pelo imperador Dom Pedro II.