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Depressão em jovens aumentou 26% na pandemia, revela estudo científico

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Depressão em jovens aumentou 26% na pandemia, revela estudo científico

A pandemia da Covid-19 provocou um aumento nos sintomas de depressão e ansiedade em crianças e adolescentes em todo o mundo. Segundo um estudo feito pela revista Jama Pediatrics, comparado ao período pré-pandêmico, os sintomas de depressão cresceram 26% globalmente nos jovens de até 19 anos. Já a ansiedade teve um aumento próximo de 10% em crianças e adolescentes no primeiro ano da pandemia.

Embora o aumento observado tenha sido geral, no recorte de gênero as meninas sofreram mais danos à saúde mental, com 32% mais sintomas de depressão e 12% mais de ansiedade (contra 10% e 4%, respectivamente, em meninos). Em à faixa etária, os adolescentes sofreram mais com ansiedade, com cerca de 16% mais de sintomas no período pandêmico, contra uma redução de 2% em crianças de até 12 anos.

Para avaliar as variações de sintomas de depressão e ansiedade na pandemia, os cientistas fizeram uma meta-análise (análise dos dados publicados em estudos anteriores, sem a coleta de novas informações) e revisão sistemática de 53 estudos em 11 países com 40.807 crianças e adolescentes durante a pandemia. Foram incluídos estudos com dados sobre sintomas de ansiedade e depressão, antes e durante a pandemia, em crianças e adolescentes de até 19 anos e que apresentavam dados sociodemográficos como sexo, idade, etnia e renda.

A idade média encontrada foi de 13,5 anos para os estudos que avaliavam depressão e 12,6 para aqueles com informações sobre ansiedade, e as mulheres eram maioria nos estudos de depressão e ansiedade (54% e 52%, respectivamente). Os resultados principais observados foram de uma evidência boa a elevada de aumento dos sintomas de depressão durante a pandemia nas crianças e adolescentes, enquanto a evidência para o aumento de sintomas de ansiedade foi moderada. Os adolescentes sofreram mais com depressão (27%, contra 21% em crianças) e ansiedade (16%, com decréscimo de 2% nas crianças), embora o resultado tenha baixa evidência estatística.

Por fim, o estudo observou uma correlação de quando havia um diagnóstico inicial de condição mental, como depressão ou ansiedade, nos jovens, o risco de ter uma piora até os 17 anos na pandemia foi sete vezes maior em comparação aos que não tinham essa predisposição.

Os autores afirmam que o peso global da saúde mental é considerável em qualquer idade, mas nos mais jovens ele é maior, uma vez que pode estar associado a outros efeitos como perda cognitiva, baixo desempenho acadêmico, qualidade de vida, relações interpessoais e saúde física, além de aumentar o risco de desenvolver alguma psicopatia na vida adulta.

Por fim, os pesquisadores concluem que o maior efeito nas mulheres e nos adolescentes pode ajudar no processo de criação de políticas públicas concentradas neste grupo minoritário para melhor assistir a crise de saúde mental vivida hoje por crianças e adolescentes em todo o mundo.