No último domingo (9), uma publicação alertando sobre escolas de mais de 35 cidades mineiras que estariam em uma “Lista do Massacre” circulou no TikTok e atingiu um número tremendo de estudantes. Até 12h, a postagem já tinha atingido 87 mil curtidas, 28,4 mil comentários e mais de 11 mil compartilhamentos. O vídeo foi retirado da plataforma após determinação dos poderes de segurança pública. Por conta da suposta lista e outras ameaças que circularam nas redes sociais, houve registro de reforço no policiamento em escolas. Em coletiva de imprensa, o Governo de Minas, por meio da Polícia Militar (PM), anunciou a Operação de Proteção Escolar. Os trabalhos consistem na criação de um conselho comunitário de segurança escolar, que reúne professores, pais, alunos e a polícia.
Após esse fato, desde o dia 10 de abril policiais militares estão realizando visitas e palestras nas escolas de Ouro Preto, Mariana, Itabirito e Diogo de Vasconcelos, com o intuito de ampliar os aspectos relativos à segurança escolar. E o 52º Batalhão também está se reunindo com as Secretarias Municipais de Educação dos respectivos municípios. Na manhã da terça-feira (11), o Subcomandante do 52º Batalhão, Major PM Mendes, se reuniu com o Superintende Regional de Ensino, Fabrício Santos e estão sendo realizados também contatos com a direção das escolas. As reuniões visam elaborar ações e estratégias preventivas nas instituições de ensino, para aumentar ainda mais a segurança dos alunos, funcionários e professores atuantes na educação da região. A intenção é que sejam fortalecidas as Redes de Proteção à Escola, nos moldes das Redes de Proteção Preventiva da PMMG.
Com o objetivo de reforçar a segurança nas Escolas das Redes Municipal e Particular, os diretores das escolas privadas, a Secretária Municipal de Educação de Mariana – Elizete, a Secretária de Segurança Pública – Capitã Marta, o Capitão da Guarda Municipal – Magalhães, o Secretário de Desenvolvimento Econômico – Danilo e o Guarda Municipal Educativo – D’Paula, tem se reunido com escolas do município para estabelecer ações imediatas buscando manter a Proteção Escolar.
Entre as ações imediatas prometidas pela Secretaria de Segurança Pública, estão abaixo as que mais se destacam:
- Criar uma Rede de Segurança Integrada por meio de grupo de WhatsApp, com objetivo de estabelecer a comunicação rápida e funcional a respeito de qualquer necessidade e assuntos relacionados à segurança escolar, com participação de diretores, secretarias municipais e a polícia. A intenção é que esse grupo possa compartilhar informações sobre a comunidade escolar, e alertar sobre qualquer suspeita ao entorno.
- Intensificação da Operação de Patrulha Escolar. Os Guardas Municipais estarão mobilizados para garantir a segurança no entorno das escolas de Mariana e região.
- Em reunião a ser agendada com a Câmara Municipal de Mariana, as escolas apresentarão para aprovação, o Projeto “ESCOLAS PROTEGIDAS”.
A Tenente Bárbara Silvério do 52º Batalhão da Polícia Militar que atua nas cidades de Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Diogo de Vasconcelos, explicou que serão realizadas operações e visitas às escolas e reuniões com as superintendências, com as secretarias municipais e estaduais de ensino na região dos Inconfidentes. “Sem medir esforços para aumentar a segurança das escolas, estamos trabalhando para estabelecer a segurança nas escolas. Ressalto que todas atitudes suspeitas devem ser denunciadas para que pessoas sejam identificadas e providências sejam tomadas inclusive no combate à Fake News”, explicou a Tenente.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do seu Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), instaurou um procedimento preliminar para investigar a origem e a veracidade da chamada “Lista do Massacre”, que circulou nas redes sociais no último final de semana e causou pânico em estudantes de cidades mineiras. A informação foi confirmada pelo promotor Mauro da Fonseca Ellovitch, que coordena o grupo especializado.
Ainda conforme Ellovitch, o MPMG está dando “total prioridade a essa verificação”. Além disso, a Operação de Proteção Escolar propõe foco ativo na rede de proteção. A agenda, positiva, prevê palestras e outras ações educativas e de prevenção para fortalecer a rede, criando uma rotina educativa. “A PM vai fazer mais visitas às escolas, dando dicas de segurança, de autoproteção. A ideia é estarmos todos conectados com esse fim: PM, escolas e também a comunidade, que tem papel fundamental para o fortalecimento da rede e também vai participar observando qualquer anormalidade”, explicou.
A iniciativa é uma resposta preventiva do Governo de Minas à onda de violência sofrida por escolas de São Paulo e Santa Catarina. Nesta segunda-feira, além da apresentação da estratégia, o Estado anunciou a entrega de 127 novas viaturas para fortalecimento da rede de proteção às unidades de ensino (83 Pulse para patrulha escolar; 28 Doblô para programa Proerd e 16 L200 para o Progea).
Sobre notícias que têm circulado nas redes sociais e causado insegurança entre a comunidade escolar de todo o estado, o capitão informou que a inteligência da polícia não detectou anormalidades em Minas Gerais. A Polícia Militar reforça que toda ameaça que chega à corporação é checada. No entanto, passa a ser considerada boato somente após a instituição concluir a verificação de procedência e conteúdo.
