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Estudante da Ufop é acusado de desviar cerca de R$500 mil reais de república  

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Polícia Civil investiga um suposto desvio de R$ 500 mil das contas da república Partenon, em Ouro Preto; um estudante de 25 anos é apontado como suspeito

Estudantes que residem na república Partenon, em Ouro Preto, temem ficar sem moradia após o desvio de cerca de R$ 500 mil reais de uma das contas da associação que administra o imóvel estudantil. Parte do recurso disponível em caixa era utilizado para quitar despesas como aluguel, serviços de limpeza, além da alimentação. A quantia teria sido desviada por um jovem de 25 anos, que atuava como tesoureiro da associação e que é estudante do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). “Os garotos que estão lá sentem um pouco de medo. Esse dinheiro da associação é o que ajudava a arcar com parte das despesas. Então, hoje, a gente não tem dinheiro para pagar aluguel, os funcionários da limpeza e outros gastos da casa”, informa o ex-aluno da Ufop e membro da Associação República Partenon, Alexandre Musa. Ele, que atua na defesa da associação no processo contra o ex-estudante, afirma que a situação preocupa e que uma vaquinha foi organizada para garantir a existência da república e o abrigo para os atuais estudantes. “Tem muitos alunos de baixa renda e que, se saírem de lá, não tem onde morar”, completou.

A casa Partenon é uma república masculina que reúne doze estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, com idades entre 18 e 25 anos. Os alunos pagam, mensalmente, uma quantia de cerca de R$ 400. O recurso arrecadado é aplicado na manutenção do imóvel, bem como na compra de itens de alimentação e de higiene. O espaço, fundado em 1996, conta também com a ajuda financeira de ex-alunos e moradores, que fazem parte da Associação República Partenon. “Tinha um aluno, que é calouro, que não tinha condições de pagar essas despesas básicas. Nós tivemos que ajudar. Então, se alguns deles saírem de lá, não vão ter para onde ir”, alerta Musa. Com a campanha, a associação espera arrecadar cerca de R$ 70 mil, valor que será utilizado para pagamentos de dívidas referentes ao último Carnaval, além de assegurar os serviços de manutenção do espaço.

A Polícia Civil investiga a denúncia que aponta o estudante de 25 anos como suspeito. O dinheiro, supostamente desviado, começou a ser arrecadado há mais de 20 anos. O valor seria utilizado para a compra de um imóvel para a Partenon. Os moradores da residência tiveram conhecimento do caso no começo do mês de março de 2023, após contato dos advogados do investigado. Os representantes informaram sobre um rombo nas contas da república. O suspeito, segundo esses representantes, teria feito investimento em renda variável e jogos de aposta para tentar recuperar esse valor. No entanto, ele não conseguiu reaver o dinheiro. Ao verificarem as contas da república, os membros da associação constataram diversas movimentações suspeitas. Ainda de acordo com os associados, as transferências se intensificaram com a chegada do Carnaval, período em que a república organizou uma festa com objetivo de arrecadar recursos. As transferências teriam sido autorizadas, mas com o objetivo de quitar as despesas da festa, o que não ocorreu. Diante disso, uma notícia-crime foi enviada para a Universidade Federal de Ouro Preto e para o Ministério Público de Minas Gerais.
A Universidade informou, por meio de nota, que o caso não tem relação direta com os projetos, os recursos e as ações da instituição. “A Ufop deseja que todos os fatos sejam rigorosamente apurados e as responsabilidades verificadas”. O Ministério Público não respondeu aos questionamentos da reportagem. Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais garantiu que apura o caso.  “A PCMG está apurando os fatos e outras informações serão repassadas em momento oportuno”, ressaltou. A defesa do estudante afirmou que aguarda a sua intimação após a apresentação da notícia-crime pela acusação para, então, apresentar os completos esclarecimentos. “Para o momento, cumpre-nos informar que o estudante se encontra em tratamento médico, em razão de graves problemas psicológicos que o acometem e que, através de seus familiares e advogados, está à disposição da república e da Justiça”, disse em nota.