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TPI emite ordem de prisão contra o presidente russo Vladimir Putin

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Tribunal Penal Internacional (TPI) acusa presidente russo por crimes de guerra em áreas ocupadas na Ucrânia, como deportação ilegal de crianças.

Russian President Vladimir Putin attends the plenary session of the 15th annual meeting of the Valdai International Discussion Club in Sochi on October 18, 2018. / AFP / SPUTNIK / Alexei Druzhinin

O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou, nesta sexta-feira (17), que emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, pela deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia. Também emitiu um mandado de prisão pelo mesmo motivo, considerado um crime de guerra, contra a comissária presidencial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, informou o tribunal de Haia, em um comunicado. 

Putin “é, supostamente, responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal da população [de crianças] e pela transferência ilegal da população (de crianças) das zonas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa”, manifestou o tribunal.  “Os crimes teriam sido cometidos em território ucraniano ocupado pelo menos desde 24 de fevereiro de 2022”, continuou a corte. Há “motivos razoáveis para acreditar que Putin é pessoalmente responsável pelos crimes mencionados”, acrescentou. 

A Rússia denunciou como “sem sentido” a decisão do TPI. “As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm sentido para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no Telegram, sem mencionar Putin claramente em sua mensagem. Já a Presidência ucraniana reagiu, celebrando a decisão. “É apenas o começo”, comemorou o chefe de gabinete da Presidência, Andrii Yermak, no Telegram, enquanto o Ministério Público ucraniano elogiou uma “decisão histórica”.

O promotor do TPI, Karim Khan, declarou este mês, após uma visita à Ucrânia, que os supostos sequestros de crianças eram alvo de uma “investigação prioritária”.  Criado em 2002 para julgar os piores crimes cometidos no mundo, o tribunal investiga há mais de um ano possíveis crimes de guerra, ou crimes contra a humanidade, cometidos na Ucrânia durante a ofensiva russa.

Nem a Rússia nem a Ucrânia são membros do TPI, mas Kiev aceitou a jurisdição do tribunal sobre seu território e trabalha com o promotor. Especialistas admitiram que é improvável que Moscou entregue os suspeitos ao tribunal. A Rússia rejeita as acusações de crimes de guerra.

A invasão russa na Ucrânia completou um ano no último dia 24 de fevereiro. De lá para cá, milhares depessoas já perderam a vida, entre civis e militares.