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Pauta da oposição a Zema na ALMG é impedir adesão ao RRF

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Líder do bloco, Ulysses Gomes diz que Estado tem dinheiro em caixa, e o governador não divulga o saldo. Privatização das empresas públicas também terá a resistência do grupo

A resistência à adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) permanecerá como a principal agenda do bloco de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa (ALMG). 

Desde julho passado, o Estado elabora junto à União o Plano de Recuperação Fiscal, que, em última instância, deve ser homologado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da habilitação, o líder do bloco de oposição, Ulysses Gomes (PT), avalia que o Estado não cumpre os requisitos para aderir ao RRF, já que, segundo ele, tem hoje melhores condições, seja pelo aumento da arrecadação, seja pela suspensão do pagamento da dívida com a União. “Há um superávit nas contas do Estado”, observa o parlamentar, em referência ao saldo positivo de R$ 2,2 bilhões em 2022.

De acordo com Ulysses, o objetivo da oposição, que tem 20 deputados, o menor bloco da Casa, é debater a “real situação do Estado”. O parlamentar acusa o governo Zema de, ao invés de investir, guardar dinheiro. “O governador tem que abrir as contas. O bloco (de oposição) passou (os últimos) quatro anos cobrando do Estado transparência em algo fundamental, que é o saldo bancário, que, hoje, está em torno de R$ 25 bilhões, mas ele nega”, afirma o líder.

Alinhada a Ulysses, a deputada novata Lohanna França (PV) diz que o valor da dívida pública divulgado pelo Estado e pela União não estaria apurado, porque haveria passivos já pagos pelo Estado que a União não reconhece. “A disputa para saber qual é, de fato, o valor da dívida de Minas é muito importante. Não é esse o modelo de regime que vai fazer com que os mineiros tenham uma vida melhor”, aponta. Hoje, de acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda, o estoque da dívida pública é de R$ 156,52 bilhões.

O governo informou, por meio de nota, que o superávit de R$ 2,2 bilhões alcançado pelo Estado em 2022 reflete os esforços da atual gestão de alcançar o equilíbrio fiscal. “Porém, apesar da evolução positiva dos índices, a adesão ao Regime de Recuperação (RRF) se faz necessária para a garantia da sustentabilidade fiscal do Estado”, diz a gestão Zema.

Desde que foi empossado, o presidente Lula não sinalizou qualquer eventual mudança no RRF. Porém, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), já pediu ao petista que a União revise as bases do Plano de Recuperação Fiscal do Rio em razão das perdas do Estado com o teto das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. “A partir da formação do bloco, nós também queremos agora um novo diálogo com o governo federal”, comenta Ulysses. 

A reboque do RRF, as privatizações de estatais, como Cemig, Copasa e Codemig, cuja desestatização já avançou em 2° turno na Comissão de Constituição e Justiça, enfrentarão a resistência da oposição na Casa.