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Tragédia de Brumadinho completa 4 anos no próximo dia 25, e 3 vítimas ainda não foram localizadas

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Comandante de uma das equipes da operação, o major Marcos Vinícius Evangelista garante que não há prazo para encerramento das buscas.

Equipes de resgate trabalham em busca de vítimas na lama de Brumadinho 28/01/2019 REUTERS/Adriano Machado

O tempo não faz passar a dor. Pelo contrário: quatro anos (1.462 dias) após o rompimento da barragem I, da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, familiares das três “joias” que permanecem desaparecidas sob milhões de toneladas de rejeito seco da mineradora Vale só sentem crescer o sofrimento e a revolta diante do desastre que ceifou 272 vidas (incluindo duas grávidas e seus respectivos bebês) em 25 de janeiro de 2019. Sem corpos para enterrar até hoje, os parentes de Nathalia de Oliveira Porto Araújo, Maria de Lurdes Costa Bueno e Tiago Tadeu Mendes da Silva vivem um luto interminável enquanto esperam por justiça.

“Qualquer ser humano quer fazer o enterro digno de um familiar. A gente não descansa. Cuidei dela quando era pequena, era como uma filha. São quatro anos em que eu me lembro dela. É ao anoitecer e ao amanhecer. Todo santo dia eu me lembro dela”, lamenta a auxiliar de departamento fiscal Tânia Queiroz, de 50 anos. Ela é prima de Nathalia, estagiária da Vale que tinha 25 anos e deixou dois filhos, à época com 2 e 3 anos. 

“Tia, como é o céu?”. Sempre que escuta a pergunta inocente – feita por um menino de 7 anos à procura de explicação para o desaparecimento da mãe, morta na tragédia de Brumadinho –, Tânia, que é prima do garoto, se controla para não desabar em choro. 

A criança é filha de Nathalia e mora com o pai e a irmã mais nova, hoje com 6 anos. “Na época da tragédia, o menino tinha 3 anos, mas ainda se lembra dela. Dá para ver que ele sente saudade”, conta Tânia.

O único alento para as famílias é o trabalho incessante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que se empenha diariamente na mais longa operação de buscas da história do país. Na fase atual, os militares usam quatro estações de peneiramento – equipamento originalmente utilizado na atividade minerária – para vasculhar cerca de 8.000 toneladas de rejeitos por dia (entenda o passo a passo no fim desta reportagem). Um trabalho minucioso, que aumenta as chances de localização das vítimas.

Comandante de uma das equipes da operação, o major Marcos Vinícius Evangelista garante que não há prazo para encerramento das buscas. “Enquanto houver possibilidade de encontro, os bombeiros vão estar aqui em Brumadinho”, garante. 

Fonte: O Tempo