Pular para o conteúdo

Aposentados têm terceiro fim de ano sem o 13º

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Benefício foi pago no primeiro trimestre, com o pagamento parcelado entre maio e junho em vez de agosto e novembro

Pelo terceiro ano, o 13º de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi pago no primeiro semestre. A antecipação ocorreu em 2020 para amenizar os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 e se repetiu nos últimos dois anos, com o pagamento parcelado entre maio e junho em vez de agosto e novembro.

O dinheiro, comumente usados para cobrir as despesas extras do final de ano, acaba destinado a outros propósitos –frequentemente, o pagamento de contas do dia a dia, muitas das quais ficaram mais caras em 2022.

“A comida subiu muito, muito mesmo. Carne, legumes, frutas, tá tudo muito caro”, diz a curitibana Vilmara Bagdzinski, de 55 anos. Empregada doméstica aposentada em 2016, ela recebeu o benefício antecipado e logo precisou gastá-lo. “Gastei faz tempo, já usei tudo para pagar minhas contas”, diz.

Mesmo recebendo em dezembro, Antonia de Jesus também não conseguiu dedicar o dinheiro às contas extras do fim de ano. A copeira conseguiu a aposentadoria em julho, motivo pelo qual recebeu o 13º em uma única parcela, relativa ao mês de novembro. “Estou mexendo na documentação da minha casa e precisava de dinheiro para pagar.”

A moradora de Embu das Artes, em São Paulo, continuou trabalhando após a aposentadoria. Ela diz que o dinheiro não está fazendo falta: “Lógico que as coisas estão difíceis, mas dá para você ir se virando com o pouco que tem, e está tudo bem com isso.”

Apesar da inflação crescente, a especialista em planejamento financeiro Cintia Senna recomenda guardar o 13º para momentos de oportunidade ou necessidade. “O 13º é uma possibilidade de deixarmos rendendo juros e usar no momento adequado, seja no final de ano, com as festas, ou com as contas do começo de ano.”

Ela também indica fugir de empréstimos que antecipam o pagamento. “Evitar fazer mais dívidas, porque a conta vem depois e tem juros.” Senna sugere fazer o contrário: aplicar o dinheiro. “Vamos usar os juros a nosso favor, buscar guardar o máximo possível e pensar que só vou receber no final do ano. Esse dinheiro guardado até dezembro já rende um valor interessante.”

A possibilidade de guardar por mais tempo também é importante, permitindo que o dinheiro esteja disponível em momento de necessidade. É o que faz a paulistana Severina Silva dos Santos, de 82 anos. Ex-diretora executiva do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, ela se aposentou em outubro de 1990 e continuou trabalhando até 2021.

“Como tenho minhas contas todas em dia, pude guardar. Às vezes pego para comprar as coisas, sabe avó como é, pegar alguma coisinha pro neto. Agora estão todos grandes, já estão trabalhando, dou aquela quantia para cada um. Hoje estou no prejuízo porque dois fazem aniversário no mesmo dia, mas é um prejuízo saudável”, diz Santos em meio a risadas.