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Igreja símbolo do barroco é entregue em Ouro Preto

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O santuário passou por um importante obra de restauração, conduzida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.

Uma das mais antigas igrejas de Minas Gerais e também uma das maiores em tamanho e esplendor, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, está de cara nova. Com recursos do Programa de Preservação do Patrimônio Cultural das Cidades Históricas (PPPCCH), o santuário passou por um importante obra de restauração, conduzida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. A cerimônia de entrega, realizada nesta sexta-feira (18), contou com a presença da presidente do Iphan, Larissa Peixoto, da superintendente do Iphan em Minas Gerais, Débora França, do coordenador-geral de autorização e fiscalização do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam), André Souza, e da chefe do Escritório Técnico do Iphan em Ouro Preto, Maria Raquel Ferreira. Também estiveram presentes o prefeito de Ouro Preto (MG), Ângelo Santos, e os representantes da Arquidiocese de Mariana, o monsenhor Luiz Antônio dos Reis e o padre Edmar da Silva. “O Patrimônio Cultural une pessoas, resgatando memórias e afetos. Obras como esta permitem garantir a integridade física dos bens acautelados e o uso adequado desses espaços pela comunidade”, destaca a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. Dividida em duas etapas, as obras compreenderam, no primeiro momento, recuperação estrutural do edifício, incluindo ações como substituição de instalações elétricas e de prevenção e combate a incêndio. Outra importante mudança foi a pintura nas cores originais da igreja, resgatadas por meio de prospecções cromáticas, iconografia histórica e no relato dos antigos moradores. A primeira etapa, que durou de 2014 a 2016, recebeu investimentos no valor de R$ 3.948.092,12. A segunda etapa, no valor de R$ 5.394.311,40, teve início em janeiro de 2019 e focou suas ações na totalidade dos bens artísticos integrados. Os trabalhos incluíram serviços de conservação e restauração, além de limpeza e higienização mecânica e química das superfícies, desmontes parciais, remoção de repinturas e camadas de cera, consolidação dos suportes e elementos de estruturação, nivelamento e reintegração das policromias e douramentos, imunização preventiva contra a ação de xilófagos e aplicação de vernizes e outros tratamentos de finalização.   Por meio de todas as intervenções, o Iphan vem garantindo a integridade física, a longevidade dos materiais e sistema construtivos, bem como o uso adequado e mantenedor dos valores artísticos, culturais e simbólicos do monumento. O PPPCCH é uma iniciativa do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Planejamento, que tem o objetivo de retomar o planejamento e execução de obras de infraestrutura no país. Coube ao Iphan a concepção do programa, em cooperação com diversos agentes, em especial os municípios, universidades e outras instituições federais, contando ainda com apoio técnico da Caixa Econômica Federal. A cidade de Ouro Preto, tombada pelo Iphan em 1938 e reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1980, foi uma das quarenta e quatro cidades do Brasil selecionadas pelo programa, recebendo quinze ações que, atualmente, se encontram em diferentes fases de implantação e execução. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias ascendeu à condição eclesiástica de Santuário de Nossa Senhora da Conceição em 2005. É um dos mais importantes exemplares da arquitetura religiosa brasileira, tanto no contexto da representatividade de seu partido e programa arquitetônico no panorama das matrizes mineiras setecentistas, quanto na excepcionalidade da qualidade artística do seu acervo de bens integrados. Sua história estabelece relações diretas com a própria constituição urbanística da cidade de Ouro Preto, espelhando também a euforia econômica promovida no ciclo do ouro no início do século XVIII na região central do atual estado de Minas Gerais. Foi erguida pelo grupo do célebre bandeirante Antônio Dias, no então arraial homônimo, como uma pequena capela devotada à Nossa Senhora da Conceição. Por volta de 1705, a ermida foi ampliada, reflexo do desenvolvimento local e da subsequente demanda pela constituição de uma paróquia própria. A Freguesia de Antônio Dias, juntamente com a de Nossa Senhora do Pilar, passou a compor a recém Vila Rica, unificando, sob a mesma jurisdição política e administrativa, dois dos principais arraiais de Ouro Preto. Em 1727, a nova Matriz de Antônio Dias, como ficou conhecida, começou a ser reconfigurada e ampliada por Manoel Francisco Lisboa, pai de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nos anos seguintes a igreja passou por diversas obras, intervenções e melhoramentos internos até a segunda metade do século XVIII. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi sede de vários eventos históricos importantes, dentre elas, a posse de governadores como Gomes Freire de Andrade em 1735. Também acolhe os restos mortais de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, patrono das Artes no Brasil, que foi enterrado em frente ao altar de Nossa Senhora da Boa Morte, e de seu pai, Manoel Francisco Lisboa, enterrado na capela-mor do mesmo templo. Na antiga sacristia está instalado o Museu Aleijadinho, onde podem ser admiradas várias obras do mestre, como a imagem de São Francisco de Paula e um Cristo crucificado.