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Excessos de atos bolsonaristas são criticados pelos Comandantes militares

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Chefes de Marinha, Exército e Aeronáutica lançaram uma nota conjunta nesta sexta-feira se pronunciando sobre os atos que pedem intervenção

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante ao em frente ao QG do Exército, pedindo intervenção federal após o resultado das eleições. | Sérgio Lima/Poder360 02.nov.2022

Os comandantes da Marina, Exército e Aeronáutica, em nota conjunta nesta sexta-feira (11), trataram dos atos antidemocráticos pelo país que pedem um golpe militar após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o petista Luiz Inácio Lula da Silva. “São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”, afirmam em nota.

            A nota é assinada pelo almirante Almir Garnier Santos (Marinha), pelo general Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e pelo tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).

Apoiadores do presidente de Bolsonaro estão reunidos em frente a quartéis desde o fim do segundo turno, em protesto contra a vitória de Lula. Os atos antidemocráticos pedem intervenção das Forças Armadas contra o resultado eleitoral.

            Na última quinta-feira (10), a Folha de S. Paulo mostrou que o comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou aos generais da Força que as manifestações antidemocráticas em frente aos quartéis não devem ser reprimidas pelos batalhões. Na avaliação da cúpula do Exército, os atos são permitidos pela Constituição e, por mais que possam gerar distúrbios nas regiões militares, não devem ser encerrados por força.

A orientação foi repassada durante uma reunião que o Exército tradicionalmente realiza para o encerramento do ano de instrução, na qual a análise das ações realizadas pela Força é repassada ao generalato.

As últimas horas têm sido acompanhadas com apreensão por generais da cúpula do Exército. Em conversas reservadas, os oficiais têm argumentado que o relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral trouxe conclusões técnicas, e não políticas.

            O documento, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta (9/11), não aponta nenhum indício de fraude nas eleições, mas apresenta sugestões e pede a apuração sobre o momento da compilação dos códigos-fontes e a geração dos programas eleitorais.

Por outro lado, alguns generais consideraram inadequada a nota divulgada pela Defesa, nesta quinta, que diz não descartar a possibilidade de fraude nas eleições. “Não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento”, escreveu a pasta.

A fiscalização do pleito feita pelo Ministério da Defesa foi usada por Bolsonaro para alimentar teorias da conspiração sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

No âmbito político, aliados de Bolsonaro aprovaram o comportamento do Ministério da Defesa de emitir a nota desta quinta e dizem acreditar que ela é importante para manter a mobilização bolsonarista pelo país. Além disso, a análise é que o relatório fortalece Bolsonaro na oposição e indica que o presidente manterá mesmo fora do governo o discurso — sem provas — de que o sistema eletrônico de votação não é confiável.