O Estado de São Paulo registrou nas últimas semanas uma considerada elevação no número de casos de meningite, e a explosão de diagnósticos acendeu o alerta para a vacinação contra a doença no país. Em Belo Horizonte, a cobertura vacinal está em torno de 60%.
De acordo com o médico infectologista Leandro Curi, o surto de meningite meningocócica em São Paulo pode, sim, migrar para outras regiões do país onde as taxas de imunização da população estão baixas – entre elas, Minas Gerais.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de BH, são 69 casos confirmados da doença na capital mineira até o início de outubro deste ano – foram 77 registrados no ano passado; e 80 no anterior.
A meningite bacteriana (ou meningocócica) é a forma mais grave da doença e é facilmente transmitida. A doença se desenvolve rápido e pode deixar graves sequelas. Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, rigidez na nuca e confusão mental – nos casos mais graves, há aparecimento de manchas avermelhadas na pele. A doença é transmitida por gotículas no ar e secreções.
Notícias sobre casos de meningite sempre assustam, em especial aqueles que se lembram da epidemia da década de 1970, em São Paulo. Na ocasião, o governo militar tentou esconder a pior epidemia da doença da história do país, mas foi difícil omitir as milhares de mortes ocorridas na capital paulistana em menos de uma década. Na época, São Paulo viveu a epidemia de dois tipos de meningite meningocócica, A e C, ambas bacterianas.
Assim, diante da notícia de que um surto de meningite meningocócica C, causada pela bactéria meniningococo C e a mais frequente entre as meningites bacterianas, muita gente foi atrás da vacina, que começou a faltar em algumas unidades básicas. No entanto, especialistas apontam que não há necessidade de pânico.