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Após 33 anos Poliomielite ameaça retornar ao Brasil

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O último caso notificado no Brasil foi em 1989, porém, especialistas alertam que o país está sob o risco de circulação da pólio novamente.

Casos de poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, ameaçam retornar ao país após 33 anos desde o seu último registro em território nacional. Com os primeiros surtos registrados no Rio de Janeiro no início do Século XX, o patógeno provocou epidemias no mundo todo ao longo dos anos. O último caso notificado no Brasil foi em 1989, porém, especialistas alertam que o país está sob o risco de circulação da pólio novamente.

A identificação do vírus ativo nos esgotos de Londres e Nova York, casos da doença confirmados em países como Malawi, Israel, Ucrânia e, mais recentemente, nos Estados Unidos, aliados à baixa cobertura vacinal no Brasil e ao redor do mundo, levaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a incluir o Brasil na lista de países que estão sob alto risco de retorno desta doença.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar adultos e crianças por meio do contato direto com o vírus presente no esgoto ou secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes. Nos casos graves, em que acontecem paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos, mas os músculos respiratórios também podem ser impactados, levando a casos de óbito. A imunização segue sendo a única forma de prevenir a doença. Apesar das graves consequências da pólio e da vacinação estar disponível gratuitamente nos postos de saúde, desde 2016 o Brasil não atinge a meta de 95% do público-alvo vacinado, taxa ideal para que a população esteja protegida. O cenário de vulnerabilidade está ainda maior, neste ano, até o dia 30 de setembro, apenas 54,21% das crianças entre um e menores de cinco anos haviam sido imunizadas, e um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz destacou que apenas 2 em cada 5 delas estão protegidas contra a poliomielite.

            Ao redor do mundo, as nações já começaram a se mobilizar. No Reino Unido, o governo segue monitorando o vírus no meio ambiente, implementando campanhas de vacinação de reforço e solicitando aos profissionais de saúde que verifiquem se as vacinas de rotina de crianças e adultos recém-cadastrados estão em dia. Nos Estados Unidos, o governo está realizando testes e detectou a presença de poliovírus em amostras de águas residuais em Nova York e estados vizinhos, além de estar fornecendo dados atualizados sobre a doença para profissionais de saúde e hospitais.

            O calendário de vacinação da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim) recomenda que a imunização contra a poliomielite seja realizada com a vacina inativada injetável (VIP), sendo iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses de reforço desta vacina aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade.