A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (13), o uso da Coronavac, do Instituto Butantan, para crianças de 3 a 5 anos no Brasil. A permissão foi concedida em unanimidade. A idade mínima para a vacinação contra a Covid-19 no Brasil, até o momento, era 5 anos.
O uso emergencial do imunizante foi aprovado após uma longa discussão iniciada ainda em março, quando o Instituto Butantan enviou o pedido à Anvisa. A diretora e relatora da proposta, Meiruze Souza Freitas, afirmou, durante o voto, que o uso do imunizante pode minimizar os impactos da nova onda de Covid-19 sobre esta faixa etária.
Meiruze lembrou ainda a circulação de variantes da ômicron, que são mais transmissíveis que a versão original, para justificar o voto. “É irreal acreditar que as crianças não sejam suscetíveis às infecções para o Sars-CoV-2 e agravamentos da Covid-19”, argumentou.
A diretora ainda citou os impactos que as evoluções das infecções para casos graves da doença podem causar no público infantil, como acometimento de órgãos como o pulmão e o coração. “Existem benefícios e riscos associados a todos os produtos. Todavia, dada as complicações aqui relatadas e as incertezas sobre as novas variantes, a Coronavac confere certa proteção contra a doença grave e mortes”, complementou.
Assim como ocorrer com a população adulta, a vacinação não impede a contaminação pelo coronavírus. “Mas pode evitar que fiquem gravemente doentes”, assinalou. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, justificou a aprovação com base nas análises dos documentos enviados pelo Butantan e estudos e posicionamentos favoráveis emitidos por órgãos como as Sociedades Brasileira de Pediatria, Imunizações e Infectologia.
Torres destacou que a opção de incorporar a vacina às crianças de 3 e 4 anos no Programa Nacional de Imunizações (PNI) vai ser do Ministério da Saúde. “Nossa missão é oferecer opções para que os gestores de saúde decidam quando e como a vacina pode ser adotada”, reforça. Sobre o longo período de análise, Barra Torres ponderou que o aval concedido nesta quarta foi acompanhado de “indispensável segurança”.