Pular para o conteúdo

Projeção do banco BTG indica reajuste de 15% nos planos de saúde neste ano

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Paralelamente, o cenário é de aumento constante no número de beneficiários, que vem crescendo desde julho de 2020.

Foto: Reprodução/Economus

A fatura do plano de saúde deve pesar, em breve, ainda mais no bolso do brasileiro. Uma projeção do banco BTG Pactual indica um reajuste de 15% neste ano nas mensalidades do tipo individual, que seria o maior da série histórica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), iniciada em 2000.

.

Paralelamente, o cenário é de aumento constante no número de beneficiários, que vem crescendo desde julho de 2020. 

.

Em dezembro, o setor totalizou 48.995.883 usuários em planos de assistência médica e 29.239.226 em planos exclusivamente odontológicos, um total de 78,2 milhões de pessoas.

.

Para a advogada Ana Paula Moraes, especialista em direito à saúde, o aumento de 15% projetado pelo BTG vai na contramão da situação das famílias brasileiras, já que elas ainda se recuperam dos impactos da pandemia.

.

“É um reajuste extremamente oneroso para qualquer pessoa. É preciso medidas do Ministério Público e do Procon para garantir aos consumidores um direito à utilização desses planos de forma menos onerosa, porque sabemos que a saúde pública não comporta um atendimento amplo e eficaz para toda a população”, diz ela. 

.

Para Ana Paula, o reajuste projetado pelo banco de investimentos tem como causa o aumento no número de atendimentos no ano passado. Com a retomada das cirurgias eletivas e o colapso do sistema de saúde no primeiro semestre de 2020, a despesa é repassada ao consumidor. 

.

Apesar disso, a sinistralidade dos planos fechou 2021 em 78,7%, patamar semelhante ao de 80%, medido no cenário pré-pandemia.

.

Essa taxa, por meio da razão entre os sinistros (consultas, exames, cirurgias etc.) e o prêmio (valor arrecadado pelas empresas com a mensalidade), mede o percentual de uso desse tipo de serviço.

.

“Essa previsão é assustadora. A sinistralidade foi muito próxima à do período pré-pandemia. Então, a ANS deve levar esses dados em consideração para definir um reajuste adequado, que não expulse o consumidor do plano”, explica Marina Paullelli, advogada do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

.

Vale lembrar que os planos tiveram, em 2021, pela primeira vez, um reajuste negativo, de -8,19%. Esse recuo teve como explicação a suspensão dos procedimentos eletivos em 2020, o que reduziu os custos das operadoras. No ano passado, além do retorno dessas cirurgias, a demanda da pandemia continuou em alta. 

.

“Os planos de saúde aproveitam essa situação (do aumento dos atendimentos eletivos e da pandemia) para ganhar dinheiro”, pontua Ana Paula Moraes. 

.

Fonte: https://www.otempo.com.br/economia/plano-de-saude-deve-ficar-15-mais-caro-este-ano-projeta-banco-1.2613947

.

Foto: Reprodução/Economus