A nova onda de contaminações por coronavírus, causada pelo espalhamento da variante ômicron no Brasil e no mundo, deve acabar entre a segunda semana de fevereiro e o início de março, conforme especialistas. É provável que o país ainda não tenha alcançado o pico de contágios, apesar da escalada exponencial do número de casos de Covid-19, e que isso ocorra nos próximos 14 dias.
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“Não dá para gente estimar muito, mas colocamos, no nosso radar, o fim dessa onda no final de fevereiro, a partir da segunda semana até o início de março. Os números ainda vão subir mais um pouco. Depois, vão se estabilizar e, por fim, começar a cair. Temos modelos que mostram alta e queda em seis semanas, como na África do sul, ou como na Inglaterra, que segue em alta há oito, nove semanas”, detalha o infectologista Unaí Tupinambás, que compõe o Comitê de Enfrentamento à doença em Belo Horizonte.
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“O brasil é muito grande, pode começar a cair os casos em certas regiões e aumentar em outras, por exemplo. Torcemos para que a queda seja o mais rápido possível. Vai ter um aumento de casos e, mesmo com a diminuição, vai demorar para vermos liberação de leitos. Acredito que não há chance de haver um colapso igual ao ano passado, mas os leitos que não tivemos ano passado para infarto, cirurgias etc., agora estão cobrando e a mobilização de leitos para Covid-19 está mais difícil”, acrescenta.
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Presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Carla Anunciatta declara que, nesta quarta-feira (19), haverá uma reunião na prefeitura da capital sobre medidas emergenciais recomendadas pelo órgão que foram encaminhadas nesta terça-feira (18). Dentre elas, as principais são proibição de grandes eventos e radicalização das determinações de higiene e distanciamento social.
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A maior preocupação do CMS atualmente, contudo, é com a pressão sobre o sistema de saúde em Belo Horizonte. “Estamos com todos os serviços, desde Centros de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (Upas), hospitais, superlotados. As pessoas que procuram atendimento costumam estar passando muito mal. A cada dez pacientes que chegam com sintomas respiratórios, oito indicam Covid-19 pelo teste. A situação é muito preocupante”, descreve.
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Esgotamento de recursos humanos na saúde, tanto devido à dificuldade de contratação de profissionais para atuarem na capital, quanto pelo contágio por coronavírus, é outro ponto que acende alerta para possível colapso, frisa Carla.
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“O cenário só não é pior por causa da vacina. Isso faz com que, apesar de a procura estar muito alta, o número de mortes não ser tão impactante. Só que a circulação do vírus é altíssima. É necessário que as medidas de segurança sejam mantidas, junto à vacinação. Estamos pedindo várias medidas emergenciais para a prefeitura. Precisamos tomar medidas urgentes”, completa.
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