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Diagnóstico de câncer pode ser identificado por bafômetro

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Essa é uma das principais necessidades dos mais de 625 mil brasileiros que descobrem ter a doença a cada ano, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Foto: FELIPE RAU/ESTADAO

Com um sopro de dez segundos em um aparelho parecido com um bafômetro, a advogada Alessandra Lacerda da Silva Santana, de 28 anos, ajudou a ciência a dar mais um passo em direção a novos métodos de diagnóstico precoce de câncer mais simples e acessíveis. Essa é uma das principais necessidades dos mais de 625 mil brasileiros que descobrem ter a doença a cada ano, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

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Alessandra tornou-se uma das primeiras voluntárias brasileiras a testar um aparelho criado pelo Instituto de Tecnologia de Israel para detectar câncer no aparelho digestivo por meio da respiração. O estudo clínico, iniciado nesta semana no A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo, deve envolver 300 participantes (com e sem câncer) até o fim do ano.

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A advogada não tem a doença, mas ela e a irmã fazem acompanhamento genético e endoscópico preventivo, porque a mãe morreu de câncer de estômago há três anos, o pai teve no intestino, e o avô não resistiu a um tumor de pâncreas. “Espero que o estudo do aparelho seja positivo, e ajude a salvar outros”, diz ela.

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O hospital é o único do País no projeto Vogas (sigla em inglês para rastreamento de compostos orgânicos voláteis), esforço internacional que tem financiamento da União Europeia para desenvolver um método acessível e não invasivo de detecção precoce de tumores de estômago.

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Por meio da respiração, o aparelho detecta compostos voláteis (fenóis, álcool, gorduras, açúcares) liberados pelas células tumorais e também por outras alterações. A máquina é tão sensível que o voluntário não pode usar desodorante, perfume, cigarro e mais substâncias capazes de afetar o resultado. A ideia é comparar os compostos exalados por pessoas com e sem a doença.

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Nos estudos iniciais, a capacidade de detectar tumores pelo “bafômetro” superou os 70%. Se aponta alterações, a pessoa é encaminhada à endoscopia para confirmar o diagnóstico. “Incorporar a ferramenta no dia a dia seria fantástico, porque o exame mais precoce para câncer de estômago é a biópsia endoscópica, exame desconfortável, que exige jejum e sedação, análise patológica e nem sempre está disponível a quem mais precisa”, diz o biólogo molecular Emmanuel Dias-Neto, do Centro Internacional de Pesquisas do A.C. Camargo Cancer Center. “Em grande parte dos casos de câncer de estômago, os sintomas só aparecem quando a doença já está avançada. Com essa triagem fácil, esperamos salvar muitas vidas”.

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Fonte: https://www.otempo.com.br/brasil/bafometro-e-nova-arma-para-diagnosticar-cancer-1.2596899

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Foto: FELIPE RAU/ESTADAO