No último final de semana, em Mariana, houve um aumento na procura por atendimento médico nos postos de saúde da cidade. Os sintomas gripais lideraram os relatados de queixas e reclamações.
Em live realizada pelo Jornal Ponto Final o Secretário de Saúde, Danilo Brito, explicou o quantitativo aumentado de atendimentos médicos no município onde as reclamações sobre a falta de pediatras foram unânimes. “Eu acompanho muito a cidade de Belo Horizonte pela proximidade e por volta de 20 de dezembro já começou a aumentar a procura nas UPAS, principalmente ao que diz respeito a pediatria. Procurei entender se era Covid e percebi que não tinha aumento dos casos. De lá pra cá me reuni com o comitê do covid porque imaginei que provavelmente chegaria à Mariana, visto que Itabirito já estava ocorrendo aumento, e neste último domingo (3) aconteceu essa procura aqui em Mariana. Tecnicamente não podemos determinar ainda que se trata de um surto, isso cabe a secretaria de vigilância. Mas fato é que nesse período sazonal, dezembro de 2020 atendemos em torno de 7 mil casos de gripe já em dezembro de 2021 atendemos em torno de 11 mil casos o que significa um aumento de quase 37% de casos no mesmo período” explicou Danilo.
Sobre a demora no atendimento pediátrico, o secretário foi enfático em ressaltar que faltam pediatras em todo Estado de Minas Gerais. “Em relação a pediatria é importante destacar e entender que não tem pediatra hoje no Brasil. Para se ter uma ideia, vamos quase dobrar o valor de hora do médico plantonista pediatra para ver se a gente consegue achar. Na Policlínica temos duas frentes de atendimento: sintomas gripais que fica localizado no prédio da fisioterapia, e os outros sintomas que não são gripais, de um modo geral, continuam sendo na Policlínica. Na Policlínica nós temos um pediatra e dois médicos clínicos fazendo atendimento de sintomas não gripais e temos um médico na horizontal que recebe pacientes que precisam de atendimentos mais específicos e que precisam de avaliação e/ou internação. No atendimento aos sintomas gripais nós temos dois clínicos e um pediatra”, pontuou.
Entre os questionamentos gerais feitos na Live, Danilo respondeu a todos o que possibilitou o esclarecimento de assuntos diversos dentro da pasta da saúde em Mariana. Confira alguns tópicos abaixo:
- Oftalmologia
“O munícipio irá disponibilizar uma carreta de oftalmologia e oferecer atendimento de uma demanda muito ampla na cidade com atendimento de seis oftalmologistas da rede”.
- Farmácia 24 horas
“Toda decisão que nós tomamos na saúde tem que ter número e evidência. Até então a Policlínica não era 24 horas e não funcionava aos domingos. Com a pandemia o atendimento passou a ser 24 horas. Quando foi feita essa indicação do vereador Pedrinho Salete, eu fiz um levantamento do que é dispensado na farmácia interna da Policlínica de meia noite às sete da manhã, e hoje nós não temos demanda para abrir a farmácia 24horas”.
- Cadastro Susfácil
“A responsabilidade do município no que diz respeito ao cadastro do Susfácil é a atenção primária e secundária, média complexidade. Isso preconiza o Ministério da Saúde. Mariana teria que ter um cardiologista e possui três, teria que ter um ortopedista e nós temos quatro, teria que ter dois pediatras e nós temos seis. E esse pediatra não é o que atende na urgência, são os do PSF. Então Mariana tem muito mais do que preconiza. Nós vamos colocar UTI em Mariana e vamos continuar precisando de UTI. Uma UTI é classificada em três subgrupos: ortopedia (trauma), cardiologia e neurologia e não tem como uma UTI ser especialista nos três. Na hora que sai o cadastro do Susfácil a família já é orientada a judicializar. Normalmente a juíza dá ao município e ao Estado e a partir daí quem resolve a transferência é de médico para médico. Nesse momento, o Susfácil tem um monte de médico regulando para a procura de vaga no Estado, e isso não depende do município, é operado pelo Estado, e as vagas são destinadas por grau de prioridade. Não tem favorecimento, é de médico para médico”.
- Exames
“Mariana é uma das poucas cidades do Estado de Minas Gerais que oferta ressonância. A saúde em Mariana é muito boa. Temos críticas sim, e temos muito o que melhorar, mas quando comparada a outra cidade eu fico tranquilo. Tem muita gente vindo de outras cidades para se tratar em Mariana.”
- Ômicron
“Temos alguns casos suspeitos em investigação da variante ômicron em Mariana, principalmente profissionais de saúde que foi contaminado inclusive com a terceira dose e está sendo analisado pela Funed.”
O conteúdo da Live pode ser acessado na íntegra no facebook do Jornal Ponto Final.