Como se não bastasse os dois últimos anos vividos em meio a uma pandemia que assolou o planeta e deixou mais de 600 mil mortos no Brasil, o país agora vive uma nova preocupação no enfrentamento à Covid-19: desta vez, aparecem casos de associação do coronavírus ao H3N2, subtipo da Influenza, no que ficou conhecido como Flurona. Até o momento, foram quatro notificados em solo tupiniquim, número que deve aumentar muito em breve.
Três desses casos de “flurona” foram registrados no Ceará. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado nordestino, os diagnosticados são dois bebês de um ano e um homem de 52 anos. Os três já receberam alta.
Um adolescente de 16 anos foi o primeiro infectado no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pela TV Globo. Ele começou a ter sintomas no últim o dia 29, quando foi submetido a testes das duas síndromes gripais, sendo que ambos deram positivo.
A mãe do adolescente disse que ele já havia sido vacinado tanto contra Covid-19 quanto contra a gripe. “Ele está bem, mas pode acontecer. Por isso, cuidem-se porque os dois vírus podem existir no nosso organismo ao mesmo tempo”, afirmou.
Ainda não se sabe se a combinação das duas doenças causa uma infeccão mais grave. “Não há dados suficientes para fazer uma análise. Para outros vírus, algumas associações podem ser prejudiciais. Mas, para o influenza e a Covid-19 isso não está claro”, afirmou o médico Bernardo Montesanti. O infectologista Leonardo Weissmann também reforçou que não é possível saber se a coinfecção eleva a gravidade do quadro do paciente. “Tanto a Covid-19 quanto a influenza são doenças respiratórias, porém a chamada flurona é muito nova e não sabemos se a combinação dos dois vírus causa doenças mais graves.”
Por enquanto, o Estado de Minas Gerais não confirmou nenhum paciente com a coinfecção por gripe e Covid. No entanto, três são investigados, todos eles em Juiz de Fora. A prefeitura não deu detalhes sobre estado de saúde e perfil das pessoas que estão sendo acompanhadas.
A principal epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, citou que, com mais pessoas aglomeradas, haverá mais probabilidade de ocorrência de gripe e Covid simultaneamente, a chamada “flurona”. “Vacine-se (para Covid-19 e gripe), continue aderindo às medidas de saúde pública (máscara, distanciamento, etc)”, destacou.
As orientações para evitar qualquer doença respiratória são as mesmas, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, utilizar lenço descartável para higiene nasal, utilizar máscara, não compartilhar objetos de uso pessoal, manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações. Estar vacinado também é recomendado.