A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ao Ministério da Saúde que não vai participar da audiência pública, convocada pelo governo, sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid. A audiência está marcada para a manhã desta terça-feira (4).
A Anvisa liberou, em dezembro, o uso da vacina para crianças. O governo do presidente Jair Bolsonaro, no entanto, decidiu chamar uma consulta pública e uma audiência para deliberar sobre a vacinação nesse grupo. A atitude do governo foi vista por especialistas como mais um gesto negacionista contra a vacina, já que consultas públicas não são usuais quando se trata de imunizantes já aprovados e liberados pela vigilância sanitária. Na justificativa para sua ausência na audiência pública, a Anvisa disse que já se manifestou oficialmente sobre a vacina para crianças. “Esta agência já emitiu seu posicionamento em relação ao tema ‘vacinação contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos’, o qual se encontra público e disponibilizado às diversas autoridades médicas, sociedade e a este Douto Ministério da Saúde”, escreveu a Anvisa em documento enviado ao ministério. “Por fim, a Anvisa, por seu caráter técnico, visualiza que sua participação na audiência pública não agregaria novos elementos à temática”, completou.
A Anvisa lembrou que a vacina, produzida pelo laboratório Pfizer especificamente para crianças, é segura e eficaz. “A aprovação da Anvisa veio após uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório Pfizer, no qual se atestou que a vacina é segura e eficaz para o público infantil”, explicou a agência.
Apesar de liberada pela Anvisa desde o dia 16 de dezembro, ainda não há data para começar a vacinação das crianças de 5 a 11 anos. Para especialistas, a demora é grave, ainda mais num momento em que a variante ômicron leva o mundo a registrar recordes diários de novos casos de Covid. Desde o sinal verde da Anvisa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou diversas vezes que a autorização da agência não é suficiente para iniciar a vacinação. Em 20 de dezembro, ele disse que a “pressa é inimiga da perfeição” e que o ministério só teria uma posição sobre o tema em 5 de janeiro. Portanto, após a audiência pública.