Para o setor de comércio e serviços, a proximidade do fim do ano representa, ao mesmo tempo, oportunidade e mais pressão. Afinal, neste período se acumula parte das principais datas comerciais. Além disso, a contagem regressiva para o início de um novo calendário expõe que o prazo para o cumprimento de metas anuais está cada vez mais estreito. Para além da rotina profissional, a preparação para as festividades que marcam o mês de dezembro também pode se tornar um vetor de estresse no plano pessoal. Para muitos, a dor de cabeça começa na hora de definir o que fazer, com quem estar e para onde ir no Natal e no réveillon. E a tensão só aumenta quando é hora de pensar nas melhores opções de pratos e ainda se desdobrar na saga por presentes para pessoas mais próximas e para as crianças da família.
Com tanta pressão vinda de todos os lados, é normal que a gente se sinta cobrado a dar conta de tudo. Mas, muitas vezes, esse dar conta de tudo é algo da ordem do impossível, além de não ser nada saudável.
“Estamos habituados a pensar que precisamos cumprir com toda expectativa que é depositada em nós. Mas, enquanto tentamos cumprir esse papel, agindo como se fôssemos uma máquina, tentando fazer tudo ao mesmo tempo e agora, vamos construindo uma rotina excessivamente acelerada, que vai nos adoecendo”, observam os especialistas. Para eles, embora o fim do ano esteja mais associado ao aumento dos níveis de estresse, a lida com a cobrança desmedida não é um problema sazonal, mas sim uma característica da vida moderna, sobretudo nas grandes cidades. “Queixas de pessoas que se sentem pressionadas, seja por si própria ou pelo outro, chegam todos os dias”, resumem.
É evidente que todos perdem com a cobrança desmedida – seja aquela vinda de um agente externo ou aquela já internalizada especialistas defendem ser fundamental que as pessoas saibam respeitar os seus limites – e também os limites dos outros. Já em relação ao tensionamento causado por um agente externo, como um chefe ou mesmo um familiar, abrir diálogo é o melhor caminho. É também essencial que a liderança dê abertura para que seus subordinados sintam-se à vontade para relatar qualquer desconforto e esteja disposto a construir alternativas. Para equipes em home office, é ainda mais importante que as conversas aconteçam com frequência, uma vez que, a distância, pode ser mais difícil notar sinais de esgotamento.