A Polícia Civil de Minas Gerais identificou, na última quarta-feira (10), mais duas vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A identificação foi realizada por meio dos trabalhos das equipes do Instituto de Criminalística, a partir de DNA. A tragédia provocou a morte de 270 pessoas, em janeiro de 2019. Com as novas identificações, sete pessoas continuam desaparecidas.
O material biológico da técnica de enfermagem Angelita foi encontrado no dia de 5 agosto. Segundo o médico-legista do setor de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal (IML), Ricardo Moreira Araújo, destacado para acompanhamento da força-tarefa em Brumadinho, a identificação das vítimas foi realizada por meio de DNA. O outro corpo identificado é de Uberlândio Antônio da Silva, que na época da tragédia, em 2019, tinha 54 anos. Ele é natural do Espírito Santo e trabalhava de forma terceirizada para a mineradora Vale como mecânico de empilhadeira. O corpo dele foi encontrado no último dia 2 de outubro.
Segundo o médico-legista, o material biológico passou por perícia no local das buscas, foi direcionado para o IML para estimativa de sexo, idade e ancestralidade e, depois, parte foi encaminhada ao Laboratório de Biologia Forense e DNA do Instituto de Criminalística. “O trabalho do DNA forense é um pouco mais complexo. Não é que o exame foi feito hoje, ele está sendo realizado desde o dia em que chegou ao Instituto de Criminalística. As tentativas de extração de DNA, de multiplicação, de tentar amplificar aquele DNA em um tamanho possível de comparação e, depois, todas as análises estatísticas que são realizadas, a exclusão de possibilidade de contaminação e a contraprova, que é a repetição do exame. Neste período, o material foi analisado todos os dias”, explicou Araújo.
De acordo com o médico-legista, o IML tem recebido, em média, um material biológico por dia vindo das frentes de busca em Brumadinho. Dos cerca de 950 casos entregues ao instituto, mais de 870 foram solucionados – em muitos casos, acontece reidentificação: diferentes materiais podem pertencer a uma mesma vítima.
A última vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho a tinha sido Juliana Creizimar de Resende Silva, no dia 25 de agosto. Juliana tinha 33 anos e deixou um casal de gêmeos que, na época, tinha apenas 10 meses de vida. Os bebês também perderam o pai na tragédia. O corpo dele tinha sido identificado anteriomente.