Os funcionários da empresa que transporta trabalhadores para as minas de Mariana estão em greve desde o último dia 14. Entre as reivindicações e exigências feitas pelos funcionários está o pagamento que é estabelecido em convenção, estabilidade de 1 ano e a reintegração de “companheiros demitidos por lutar”. O documento emitido pelo movimento cita a falta de apoio dos grandes empresários, “para todos os lados que olharmos vemos principalmente uma coisa: os grandes empresários com apoio dos governos tentando empurrar a crise econômica para cima de nós trabalhadores”.
Em entrevista realizada pelo Jornal Ponto Final, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Wanderson Epifânio, explicou como funciona e expressou apoio ao movimento que deixa claro não ser oficial. “Estou presidente do Sindicato de Mariana, Ouro Preto e Itabirito e é o que eu falei o nosso limite é a lei. A lei é para o bem e para o mal é pra isso que tem lei, pra equacionar a relação social. O que vem acontecendo na garagem da empresa Univale, fugiu realmente do controle, transcende e a gente tem feito uma análise até mesmo em virtude da grande oferta de emprego, cidades que estão pujantes e até há a escassez da mão de obra, é o momento do trabalhador. Alguns terceiros que estão envolvidos nessa movimentação não oficial alegam que tem a inércia da entidade sindical, é meramente narrativas querendo direcionar um piso salarial, um instrumento coletivo que não é aplicável ao segmento de fretamento em turismo de linha intermunicipais e interestaduais. A narrativa que se fala é uma convenção que eu mesmo assino e está no nosso site todas as convenções do asseio e conservação, coleta de resíduos, transporte de carga, de linhas intermunicipais. Está tudo em nosso site. E esse instrumento do asseio e conservação tem o salário de R$2.812,00, cartão de alimentação, todavia é aplicada para o segmento das empresas de asseio e conservação e são empresas que prestam serviços para a união”.
A cidadã Cleide lamenta o 6º dia de greve sem negociação e a falta de apoio do sindicato. “O Sindicato Rodoviário nem se quer apareceu pra nenhuma negociação já que representa a categoria de transporte, lamentável esse sindicato rodoviário que era pra estar dando todo suporte pra esses motoristas”.
Segundo a classe dos motoristas que organiza o movimento a greve visa o bem comum de todos e segue sem a esperada negociação. Alexandre Henrique, um dos representantes do movimento, esteve no estúdio do Jornal Ponto Final para dar entrevista. O funcionário alega que os funcionários sofrem perseguição e demissões. “A categoria da Univale se revoltou porque levantou-se ali, companheiros para lutar pelos nossos direitos, e começou a mandar os funcionários embora. Um companheiro que contraiu o coronavírus ao retornar foi mandado embora”.
Sobre o representante da classe através do Sindicato dos Ferroviários, Wanderson Epifânio, Alexandre alega que não houve entendimento entre as duas partes. ““Até então tínhamos o Wanderson como representante da categoria, para que fosse um intermédio das nossas reivindicações, porque a empresa deixou claro que não ia negociar com os motoristas já que tem o sindicato, então o Wanderson marcou uma reunião, e que inclusive tem boatos de que ele não sabia, mas ele sabia sim, tem até um vídeo gravado dele na garagem da empresa se prontificando a levar as propostas para a empresa para depois retornar para gente e assim fizemos, e em retorno ele disse que não havia como fazer negociação e disse inclusive que a gente estava agindo equivocadamente ao cobrar os nossos direitos “.
As duas entrevistas podem ser assistidas, na íntegra, através do canal do Jornal Ponto Final no YouTube.