As vacinas contra a Covid-19 são o principal alvo de notícias falsas que circulam hoje no Brasil. Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Comunicação da Universidade Federal do Piauí (Nujoc), aponta que 19,8% das fake news disseminadas na internet, redes sociais e aplicativos de mensagens são sobre vacinas. O estudo investigou 253 notícias falsas relacionadas à doença, recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo, entre os dias 26 de março de 2020 e 31 de março de 2021.
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A principal ferramenta utilizada para a divulgação do conteúdo falso sobre vacinas foi o Instagram (46%), seguido por WhatsApp (24%), Facebook (14%), sites (12%) e Twitter (4%). Entre os conteúdos disseminados estão mensagens dizendo que as vacinas dão reação porque um chip é implantado nos indivíduos imunizados, que as vacinas de RNA mensageiro vão provocar morte em massa entre idosos, que o objetivo das vacinas é matar os seres humanos, que os imunizantes podem causar fibromialgia e Alzheimer e que a eficácia da Coronavac em idosos não foi confirmada pelo Instituto Butantan.
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Para a pesquisadora Claudia Galhardi, do Laboratório de Comunicação e Saúde da Fiocruz e responsável pelo estudo, essa avalanche de desinformação na pandemia tem dois preocupantes impactos, principalmente: o abandono vacinal e o surgimento dos “sommeliers de vacinas”. “São dois fenômenos que impactam essa desinformação e que precisam ser combatidos, porque, a partir do momento em que o cidadão recebe a primeira dose (da vacina), tem uma reação qualquer e se depara com um conteúdo falso, ele passa a ter medo e não volta para a segunda dose do imunizante recebido”, explica.
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Fonte: https://www.otempo.com.br/brasil/vacinas-sao-alvo-de-uma-em-cada-cinco-fake-news-1.2531366