A vacinação conta com centenas de milhares de brasileiros recebendo a primeira ou a segunda dose das injeções contra a Covid-19 todos os dias. Com a chegada da variante Delta ao país especialistas afirmam que é preciso cuidado, principalmente com indivíduos não imunizados ou imunizados de forma parcial. O aumento recente de casos em países que já viam a flexibilização total no horizonte, como Estados Unidos e Inglaterra, acende um alerta para o afrouxamento de regras no Brasil.
Os temores em relação à delta foram confirmados em um relatório interno do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) norte-americano, divulgado recentemente, que compara a transmissão dessa variante à da catapora. Um outro estudo indica que a delta gera uma carga viral 1.260 vezes maior do que a cepa original. Além disso, a proteção contra a delta só é desenvolvida após 15 dias da aplicação da segunda dose das vacinas em uso hoje no Brasil.
Estou vacinado, por que devo me preocupar com a variante Delta?
As vacinas não garantem 100% de eficácia contra o coronavírus Sars-CoV-2 — nenhum imunizante ou medicamento tem esse poder. Assim, a alta circulação do vírus no Brasil e as novas variantes fazem o risco de infecção crescer. Em países com mais de 60% população imunizada, como é o caso da Inglaterra, de Israel e dos EUA, os casos voltaram a subir em julho após meses de queda. Essa alta é atribuída à variante delta.
Infecção em indivíduos totalmente imunizados, apesar de rara, ainda pode ocorrer. Isso porque a maioria das vacinas desenvolvidas até agora protege contra os sintomas, o agravamento do quadro ou o óbito pela doença, mas não tem o poder de conter totalmente o contágio em si.
A máscara é útil contra a variante delta?
Especialistas afirmam que, independentemente do tipo de variante em circulação, as medidas de proteção devem permanecer as mesmas, isto é, distanciamento social, uso correto de máscaras, higiene das mãos e vacinação.
Mesmo pessoas vacinadas com as duas doses devem continuar usando as máscaras até que toda a população esteja vacinada
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A variante Delta interfere nos planos de voltar a frequentar espaços fechados?
Espaços fechados ampliam o risco de contágio porque uma pessoa infectada que esteja no ambiente pode liberar o coronavírus em partículas menores que ficam suspensas o ar.
Recentemente, o CDC reorientou a população a utilizar máscaras de proteção em locais públicos e fechados devido ao aumento no número de infecções pela delta.
A recomendação é preferir espaços abertos, bem ventilados, com distanciamento social e uso de máscaras de qualidade, coo as do tipo PFF2.
Em locais em que é preciso tirar a máscara para se alimentar, como restaurantes e bares, é recomendado ficar em local aberto. Também é importante manter distanciamento social de outras pessoas e pôr de volta a máscara sempre que possível para evitar exposição desnecessária.
Posso encontrar meus amigos e familiares?
Caso seja indispensável, o ideal é encontrar outras pessoas em ambientes abertos, bem ventilados, com todos utilizando máscaras de boa qualidade e mantendo distanciamento social.
Contatos próximos, como abraços e beijos, com pessoas que não moram na mesma casa não são recomendados. Evitar essa aproximação é mais necessário entre pessoas de grupo de risco ou que já tenham sido imunizadas há mais de seis meses.
Após ter tomado as duas doses, posso encontrar pessoas não vacinadas ou imunizadas parcialmente?
As recomendações de proteção são as mesmas: preferir espaços abertos e ventilados, usar máscaras de boa qualidade, manter distanciamento e sempre higienizar as mãos.
Pessoas vacinadas podem se infectar novamente por qualquer variante e transmitir o vírus para quem não se vacinou. Como a delta tem uma taxa de transmissão mais alta, a chance de uma pessoa vacinada se infectar e contaminar alguém ainda não imunizado existe e preocupa.
Se a delta é tão contagiosa, faz diferença eu me vacinar?
A variante Delta continua sendo o mesmo vírus que causou a pandemia, com a mesma capacidade de infectar e invadir as células do hospedeiro, diz a imunologista Cristina Bonorino. A diferença é que a delta consegue driblar a proteção conferida pelos anticorpos, seja por infecção natural, seja por vacinação.