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Após prisão, acusados de matar adolescente desaparecido são soltos

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“É comum no meio policial, as pessoas que cometem crime, não circularem pelas ruas durante o dia”.

Na semana passada foi noticiado por este semanário, a prisão de dois rapazes pela morte de um adolescente que estava desaparecido há cerca de dois meses em Mariana. Presos pela confissão do crime de ocultação de cadáver, o Poder Judiciário soltou os rapazes envolvidos dois dias após prisão. Em entrevista ao Jornal e Tv Ponto Final, o delegado de polícia civil Cristiano Castelucci falou sobre o caso e explicou como ocorreu as prisões e as providências tomadas de imediato. “Esse adolescente estava desaparecido há alguns meses e havia uma informação de uma pessoa envolvida diretamente neste crime, então nós fizemos várias diligências, tanto a polícia civil quanto a polícia militar. É comum no meio policial, as pessoas que cometem crime, não circularem pelas ruas durante o dia, íamos até a residência mas não encontrávamos. A polícia militar teve a felicidade de abordá-los no período da noite, por volta das 2h da manhã, perto do local onde moram. Pegaram os dois lá, conversaram e logo de cara eles já abriram a situação, confessaram a prática do crime. Disseram que a motivação foi dívida pelo uso de droga que o adolescente tinha e contaram a dinâmica de como ocorreu o crime. Foram conduzidos à delegacia de Ouro Preto. No mesmo dia eu representei pela prisão preventiva e foi remetida ao judiciário para analisar. Ocorreu, porém, que eles foram soltos dois dias depois. Eu ainda não tive a resposta se foi analisado ou não o pedido de prisão preventiva que foi feito” relatou o delegado.

O Ministério Público, através do promotor Claudio Daniel Fonseca de Almeida, informou que, “a 2ª Promotoria de Justiça de Mariana, por meio de seu titular, esclarece que quando do recebimento do Auto de Prisão em Flagrante Delito os autos foram analisados de forma pormenorizada e foi emitido parecer pela homologação do flagrante e também foi requerida a prisão preventiva dos conduzidos. No entanto, o Poder Judiciário entendeu pela concessão de liberdade provisória, sendo interposto recurso pela Promotoria de Justiça contra tal decisão, considerando a extrema violência e gravidade dos fatos que levaram à morte da vítima. Ressalte-se que a nossa Constituição determina que toda e qualquer prisão deve ser decretada pelo Poder Judiciário, não cabendo ao Ministério Público tal decisão” explicou o promotor, Claudio Daniel Fonseca de Almeida.

Devido ao avançado estado de decomposição do corpo encontrado, não foi possível a realização de identificação sendo necessária análise do DNA mitocondrial que é, atualmente, uma ferramenta de extrema importância na identificação de ossadas e de amostras que apresentam DNA em pouca quantidade ou degradado, o que limita sua análise através de marcadores STR (MATSUDA et al., 2005). “O corpo já estava em processo de decomposição. Tudo indica que seja realmente o adolescente. Porém, a prova para comprovação seria o DNA tendo em vista que não dava para fazer reconhecimento.  Foi pedido junto a mãe o material genético dela e vai ser enviado à Belo Horizonte. É um pouco demorado, em torno de quatro a cinco meses “, explicou Castelucci.