Produtores rurais de Minas Gerais estão contabilizando os prejuízos causados pelas geadas nesta semana. No Sul do Estado, os estragos causados pela onda de frio foram os piores dos últimos 27 anos. Nas lavouras de café da região, um dos setores mais atingidos do país, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) estima que até 30% da área pode ter sofrido danos – há casos, inclusive, de 70% da produção queimada. Para 2022, a expectativa é que sejam produzidas 4 milhões de sacas de café a menos no Sul de Minas.
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“Cada região está levantando quais foram os níveis de estragos, mas são danos que podem comprometer não só a safra do ano que vem. Muitas lavouras eram novas, isso vai influenciar as produções de 2023 e 2024”, avalia o pesquisador da Epamig César Botelho.
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Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), as regiões mais atingidas foram justamente o Sul, Mogiana e o Cerrado Mineiro. Com o clima mais propício, o Estado é um dos principais produtores de café do país e do mundo. “A safra já estava prejudicada com a estiagem do último ano, não teve um bom crescimento. Para o próximo ano, o mercado esperava uma colheita maior. Mas, agora, a tendência é diminuir ainda mais a oferta”, explica Botelho. ”O café é muito importante não só para a agricultura, ele afeta toda a economia do Estado. Ele possui uma importância social enorme, emprega muitas pessoas”, completa.
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Para Archimedes Coli Neto, diretor do Centro do Comercial de Café em Minas Gerais (CCCMG), a redução de safra será refletida em preços ainda mais altos. “É preciso ver como as lavouras vão reagir, mas o café já está em preço recordes por conta do volume restrito. Hoje, a saca é vendida a R$ 1.000”, diz.
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