Pesquisadores do Instituto Estadual do Cérebro, liderados pelos médicos Vivaldo Moura Neto e Veronica Aran, identificaram, pela primeira vez, uma nova mutação em um tumor cerebral, localizado na hipófise, utilizando biópsia líquida por PCR digital. Os resultados foram divulgados na revista internacional Pituitary Journal. O estudo descreve uma mutação na proteína conhecida como K-RAS em macroadenoma hipofisário, tipo de tumor cerebral também identificado como adenoma pituitário. O macroadenoma hipofisário pode acarretar sintomas como dores de cabeça, perda parcial de visão e alterações em hormônios. A hipófise é uma glândula endócrina, de funções múltiplas, localizada na parte inferior do cérebro.
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Moura Neto informou sábado passado (3), à Agência Brasil que a biópsia líquida é um procedimento metodológico antigo, da década de 1970. Nessa época, começou-se a fazer a biópsia líquida porque era o exame de câncer de sangue. “Mais recentemente, eu diria há coisa de dez anos, começou-se a verificar que tumores sólidos poderiam ter estudadas suas mutações tumorais no sangue do paciente. Quando a pessoa tem um tumor, as células desse tumor se desprendem da massa; o DNA se desprende da massa tumoral e cai na corrente circulatória, no chamado sangue periférico”, explicou. Foi percebido então que esses tumores podiam mostrar mutações e, mesmo o DNA normal.
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Na avaliação do especialista, isso é extremamente vantajoso porque se pode aplicar uma agulha para coleta de sangue e com esse exame pode ser verificado se há alguma mutação indicativa do câncer que o paciente está mostrando para o médico. “Para fazer a biópsia sólida, de modo geral eu tenho que tomar um pedaço do tumor. Isso é invasivo. Eu vou ter que invadir o indivíduo com um tumor no pâncreas, nos rins, no cérebro, no pulmão. E com a biópsia líquida, não. Eu vou colher o sangue do paciente e com pouquíssimo volume de sangue, eu posso ver esses genes de mutação que representam a formação do tumor”, disse Moura Neto. Essa é a grande vantagem, segundo expôs.
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