Devido ao uso de agulhas e seringas inapropriadas para aplicar as doses da vacina contra Covid-19 Coronavac, do Instituto Butantan, Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, deixou de imunizar ao menos 5 mil pessoas com duas doses. Isso porque, segundo a prefeitura local, os equipamentos não conseguem extrair totalmente as dez doses contidas em cada uma das ampolas da vacina, restando o equivalente a uma dentro do frasco.
Se as seringas, encaminhadas pelo governo do Estado aos municípios, tiverem o mesmo comportamento em outras cidades, pode-se estimar que 232,8 mil mineiros possam ter deixado de receber o imunizante.
A conclusão consta em ofício encaminhado pela prefeitura do município ao governo, que revelou a inaptidão das seringas. No texto, o Executivo municipal pediu que as doses fossem reencaminhadas.
Em nota, a prefeitura local explica que “Em relação às 10.769 doses de perda técnica da vacina da Coronavac, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora informa que isso se deve às características técnicas da seringa utilizada. Tais seringas não possuem as agulhas do tipo ‘volume morto’, que evitam que haja acúmulo do líquido dentro das mesmas, o que proporciona a referida perda técnica. Desse modo, o volume aspirado de dentro dos frascos não corresponde ao número de doses previsto”.
Considerando que Minas recebeu, até a última remessa, 4.095.115 doses do inoculante do Instituto Butantan – somando-se todas as 21 remessas, mas excluindo as distribuídas a Belo Horizonte – e incluindo os 5% de “perda técnica” de doses preconizada pelo Ministério da Saúde, chega-se às 194,5 mil pessoas que, possivelmente, poderiam ter sido imunizadas com 388,9 mil doses.